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    Contra investigações, Temer pode pedir suspeição de Janot

    MÔNICA BERGAMO
    COLUNISTA DA FOLHA

    07/08/2017 02h00

    Pedro Ladeira/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 22-03-2017, 16h00: Sessão solene de posse do novo ministro do STF Alexandre de Moraes. A ministra Carmen Lucia preside a sessão, que tem a presença do presidente Michel Temer, dos presidentes da câmara e do senado, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), do Procurador Geral da República (PGR) Rodrigo Janot e de várias outras autoridades. Janot rebateu duramente hoje críticas feitas por Gilmar Mendes à supostos vazamentos de informações por parte da PGR. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    O procurador-geral da República, Rodrigo Janot

    A equipe de advogados de Michel Temer estuda pedir a suspeição do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que ele não possa mais atuar em ações contra o presidente da República.

    O martelo ainda não foi batido, mas a tendência é que a iniciativa siga adiante –a não ser que o próprio Janot envie sinais de que está disposto a um armistício, ou seja, a não mais apresentar novas denúncias contra Temer.

    Na semana passada, por exemplo, ele fez o oposto: pediu a inclusão do presidente e de seus principais ministros, Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), em um antigo inquérito, conhecido como "quadrilhão do PMDB", que investiga integrantes do partido na Câmara dos Deputados.

    O pedido de suspeição, caso seja mesmo apresentado, deve relatar fatos que serão definidos como "heterodoxos" e que comprometeriam a isenção de Janot para investigar Temer.

    Um deles é ter dado crédito à gravação da conversa entre o empresário Joesley Batista, da JBS, e o presidente sem pedir perícia para saber se ela era verdadeira ou se tinha sido editada.

    O fato de Janot ter se reunido com parlamentares do PSOL semanas antes da votação da denúncia contra Temer na Câmara dos Deputados e de ter até respondido a um questionário feito por eles pode ser apontado como falha grave pela equipe do presidente.

    Como parte do processo, o procurador-geral não poderia falar com os juízes –no caso, os deputados, que julgariam se a denúncia poderia seguir no STF (Supremo Tribunal Federal).

    Depois da vitória na Câmara, na quarta (2), Temer e seus ministros mais próximos passaram a analisar a possibilidade de investir contra Janot para tentar evitar que novas denúncias voltem a criar constrangimento para o governo.

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