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    Aliado de Temer, deputado defende volta do financiamento privado

    ANGELA BOLDRINI
    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    08/08/2017 16h29

    Alan Marques - 12.abr.2016/Folhapress
    BRASÍLIA, DF, BRASIL, 12.04.2016. O primeiro-secretário da Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP), começou a ler, o pedido de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que tem 65 páginas.(FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
    O deputado federal Beto Mansur (PRB-SP) em sessão da Câmara

    Um dos principais aliados do presidente Michel Temer no Congresso, o deputado Beto Mansur (PRB-SP) defende a volta do financiamento privado de campanha.

    "Não tenho absolutamente nada contra financiamento privado, desde que tenha regras específicas", afirmou o deputado.

    O parlamentar defende que o Senado aprove PEC (proposta de emenda à Constituição) que passou pelo crivo da Câmara em 2015, quando a Casa estava sob o comando do então deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

    O texto estabelece a retomada do financiamento empresarial, que foi proibido pelo Supremo Tribunal Federal em 2015. A redação da PEC deixa em aberto o teto de doação de pessoas jurídicas, ao estabelecer que "os limites máximos de arrecadação e gastos de recursos para cada cargo eletivo serão definidos em lei".

    Atualmente, o financiamento ocorre por meio do fundo partidário, que em 2017 destinará R$ 820 milhões às legendas. No período eleitoral, somam-se a essa fonte as doações de pessoas físicas, restritas a 10% da receita declarada do ano anterior às eleições, além do autofinanciamento de candidatos.

    FUNDO PÚBLICO

    O modelo que tem mais força hoje na discussão da reforma política é a criação de um fundo público de R$ 3,5 bilhões para esse fim, metade de todos os gastos declarados por candidatos em 2014. Há pressão para que esse valor suba para R$ 6 bilhões.

    "Tirar hoje R$ 3,5 bilhões do orçamento que pode ir para saúde, educação, segurança, e pegar esse dinheiro e transferir para partido político, eu sou contra", afirmou Mansur, que é vice-líder do governo.

    "A gente precisa aprovar alguma coisa que seja séria, que seja regular, e que as empresas possam contribuir. Até porque não é todo mundo que é como a Odebrecht, a maioria das empresas é séria", disse.

    Apesar de bem-vista nos bastidores do Congresso, a proposta de volta do financiamento privado, polêmica, tem poucos apoiadores públicos.

    "Em algum momento, espero que a gente possa voltar [a ter financiamento privado] com um limite, com critério, com maior transparência", afirmou nesta terça (8) o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

    O parlamentar, porém, acha que não é possível aprovar essa volta agora. "A gente sabe que infelizmente nesse momento a relação da politica com o setor privado em boa parte passou muito do limite", completou.

    A Câmara deveria discutir a proposta de reforma política nesta terça-feira (8), mas a reunião da comissão especial foi adiada para quarta (9).

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