Beto Barata - 16.abr.2015/Folhapress | ||
O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) durante sessão no plenário do Senado |
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Poder
Thursday, 21-Nov-2024 09:47:25 -03Relatório da PF isenta Valdir Raupp em um dos inquéritos na Lava Jato
LETÍCIA CASADO
DE BRASÍLIA16/08/2017 20h19
A Polícia Federal não encontrou indícios de crimes cometidos pelo senador Valdir Raupp (PMDB-RO) em um dos inquéritos em que é investigado na Lava Jato.
A investigação tem origem nos depoimentos prestados pelo lobista e delator da Lava Jato Fernando Baiano e apura se o senador cometeu os crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e tráfico de influência.
Segundo Baiano, Raupp teria oferecido à empreiteira Brasília Guaíba, do Rio Grande do Sul, a possibilidade de facilitar o acesso da empresa à Petrobras em troca de doações para sua campanha ao Senado, em 2010.
"Muito embora pudesse ser moral e eticamente questionável o lobby praticado por um senador da República para a contratação de uma empresa por uma estatal, e até mesmo classificado como crime de advocacia administrativa (...) já prescrito pela pena em perspectiva, não foram colhidos elementos suficientes no sentido de que a atuação do senador foi precedida ou sucedida da solicitação de vantagens indevidas, configurando o crime de corrupção passiva", escreveu a PF.
No documento, a delegada Graziela Machado afirma que a PF não conseguiu comprovar o elo das doações à campanha de Raupp ao esquema de corrupção narrado pelo delator.
Segundo ela, apesar de as tratativas para doação eleitoral terem sido simultâneas ao esquema na Petrobras, "demonstrando que havia ambiente propício à solicitação", o conjunto das provas coletadas "foi insuficiente para corroborar a narrativa do colaborador quanto a esse aspecto".
O relatório da PF foi remetido ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, que encaminha o material para a PGR (Procuradoria-Geral da República). Cabe ao procurador-geral, Rodrigo Janot, decidir se oferece denúncia contra o senador.
Valdir Raupp responde a uma ação penal no STF (Supremo Tribunal Federal), é alvo de dois inquéritos na Lava Jato e também de uma investigação aberta a partir da delação da Odebrecht e que não está com o ministro Fachin.
OUTROS INQUÉRITOS
A Polícia Federal tem encontrado dificuldades em colher provas de informações relatadas por delatores da Lava Jato.
Graziela assinou outro relatório no qual afirma que não há prova de crime de obstrução à Justiça por parte dos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL) e do ex-senador José Sarney (PMDB-AP) no caso investigado a partir da delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.
Levantamentos da Folha também apontam algumas lacunas encontradas pela PF na fase de diligências.
Três meses depois de o STF (Supremo Tribunal Federal) autorizar a abertura de 77 inquéritos, as investigações envolvendo a delação de executivos da Odebrecht não avançam.
As investigações da delação do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), assinada há um ano e meio, também encontra obstáculos.
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