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    Em programa de TV, PSDB critica 'presidencialismo de cooptação'

    TALITA FERNANDES
    DE BRASÍLIA

    16/08/2017 23h33

    Marcos Oliveira - 10.mai.2016/Agência Senado
    Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) realiza reunião deliberativa com três itens. Entre eles, liberação de crédito para o Programa de Desenvolvimento da Infraestrutura e Serviços Básicos de Caxias do Sul (RS).Em pronunciamento, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE)Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
    O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), em Brasília

    Um vídeo avalizado pela presidência do PSDB, e que vai ao ar nesta quinta-feira (17), chama o atual modelo de governo de "presidencialismo de cooptação".

    A peça, com dez minutos de duração, é uma continuidade da inserção de 30 segundos apresentada na semana passada, em que a sigla admite ter cometido "erros".

    Em tom de autocrítica dos tucanos, o programa constrói uma narrativa dizendo que o atual modelo, o presidencialismo, faliu. E, por fim, defende que o Brasil adote o parlamentarismo, bandeira do PSDB desde sua fundação, em 1988.

    O vídeo traz um histórico de ações feitas pelo PSDB, como a criação do Plano Real, do Bolsa Escola (que deu origem ao Bolsa Família) e da Lei de Responsabilidade Fiscal. Tais medidas são apontadas como "acertos" da sigla, mas a cada ponto positivo, um dos narradores pondera: "mas agora, errou".

    "Quem pensa no Brasil tem que ter coragem para apontar o que está errado", diz o programa. O narrador diz ainda que as críticas têm de ser feitas sem agressão.

    Na sequência são mostrados vídeos em que senadores da oposição trocaram ofensas e ocuparam a mesa diretora do Senado durante a votação da reforma trabalhista, no primeiro semestre.

    "O PSDB sabe que é hora de assumir os seus erros", diz um narrador, acrescentando que a sigla cedeu ao fisiologismo. Tucanos ocupam atualmente quatro ministérios no governo Michel Temer.

    O vídeo fala que o país atravessa a "pior crise da história da República".

    "Depois do mensalão, do petrolão, temos mais um presidente com dificuldade de governar, de unir os brasileiros", diz o texto no momento em que há apenas uma menção direta a Temer, quando é exibida sua foto.

    Para evitar conflitos com o governo, a presidência do PSDB evitou fazer menções diretas ao governo. O senador Tasso Jereissati (CE), presidente interino do partido, disse à Folha que o objetivo não é atacar Temer, mas o sistema atual.

    Por fim, o programa fala que dos quatro presidentes eleitos após a redemocratização, dois sofreram impeachment e que o modelo está falido devido à existência de "muitos vícios".

    RACHA

    A divulgação de um primeiro vídeo, na semana passada, irritou diferentes alas do PSDB.

    Deputados que votaram para barrar a denúncia por corrupção contra Temer se sentiram atingidos com a mensagem de "erro".

    Já aliados do senador Aécio Neves (MG), entendem que o programa era um ataque indireto ao tucano, alvo de denúncia apresentada ao STF após o escândalo da JBS.

    Tasso tem defendido que o PSDB entregue os quatro ministérios ao Palácio do Planalto. O movimento do senador enfrenta barreira entre os ministros e tucanos governistas, especialmente da ala próxima a Aécio.

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