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    ​Tucano vai propor fundo com dinheiro privado para eleições de 2018

    TALITA FERNANDES
    DE BRASÍLIA

    17/08/2017 17h59 - Atualizado às 18h24

    Alan Marques - 11.dez.2012/Folhapress
    O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), em sessão de CPI em 2012
    O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)

    Diante do impasse sobre qual modelo de financiamento de campanhas será adotado nas eleições de 2018, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) vai propor a criação de um novo fundo com dinheiro privado.

    De acordo com o tucano, a ideia é fazer com que as doações de empresas tenham um caráter "impessoal", ou seja, em que o doador não sabe para quem os seus recursos foram repassados.

    Para isso, Cássio entende que seria possível construir um fundo administrado pela Justiça eleitoral. O dinheiro doado não teria um "carimbo" de remetente e nem de destinatário.

    O tucano entende que se trata de um fundo com recursos privados, mas com gestão pública do dinheiro.

    O que, segundo ele, tiraria a relação de "dívida" configurada nas regras válidas até as eleições de 2014, em que empresas faziam doações diretamente a políticos e partidos.

    'IMPESSOALIDADE'

    "A principal virtude da proposta é a impessoalidade da doação privada, evitando os cada vez mais escassos recursos públicos", defende.

    A intenção do senador é apresentar uma proposta ainda este mês. Ele está fazendo um levantamento junto ao corpo técnico da Casa para a elaboração de um texto.

    Cássio já disse que não votará a favor da proposta que está em tramitação na Câmara dos Deputados e que pretende criar um fundo eleitoral de até R$ 3,6 bilhões com recursos públicos.

    Para ele, há um descompasso ao se tentar convencer a população a aceitar financiamento público num momento em que o governo acabou de anunciar um deficit fiscal de R$ 159 bilhões para 2017 e 2018.

    O PSDB vem defendendo a volta do modelo em que são autorizadas doações de pessoas jurídicas, medida proibida pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em 2015.

    Lideranças da sigla, contudo, reconhecem que seria difícil aprovar um projeto paralisado no Senado, que restabelecesse o modelo antigo, usado até 2014.

    A discussão acontece em meio às investigações da Lava Jato que apuram o envolvimento de políticos em escândalos de corrupção envolvendo doações para campanhas.

    Todas as propostas da reforma política precisam ser aprovadas pelo Congresso até setembro, tempo limite para valer nas eleições de 2018.

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