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    Para 'ocupar lacuna' do PSDB, DEM quer filiar aliados de Aécio

    JOSÉ MARQUES
    DE SÃO PAULO

    21/08/2017 02h01

    Divulgação
    O deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG) é um dos cortejados pelo DEM
    O deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG) é um dos cortejados pelo DEM

    Com o PSDB em crise, membros do partido ligados ao senador Aécio Neves (MG) passaram a ser sondados pelo DEM, principal aliado no plano nacional, que tem tentado se expandir com insatisfeitos de outras legendas.

    A iniciativa do Democratas é estratégica e visa preencher o espaço eleitoral dos tucanos, atualmente divididos, entre outras questões, sobre a permanência no governo Temer.

    "Estamos tentando ocupar a lacuna deixada pelo PSDB, que está mais preocupado com questões internas", diz o líder da bancada do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB).

    Uma dessas lacunas é Minas Gerais, reduto de Aécio. Com a segunda maior população do país, o Estado é considerado por dirigentes do DEM como um dos locais onde o partido estava "morto", devido à forte influência do senador sobre os partidos aliados.

    A legenda se move em duas frentes sobre os mineiros. De um lado, a executiva nacional corteja deputados próximos ao senador e críticos ao atual presidente interino do partido, Tasso Jereissati (CE), como Paulo Abi-Ackel e Marcus Pestana.

    Ambos são amigos dos dirigentes do DEM e ainda não responderam ao pedido. Pestana diz foi "sondado e convidado" pelo DEM e o que o PSDB "vive o momento mais complicado de seus quase 30 anos", mas se sente apegado aos tucanos porque é um dos fundadores do partido.

    A outra frente é liderada pelo senador Ronaldo Caiado (GO), que age de forma mais independente da direção. Ele busca filiar o ex-presidente da Assembleia mineira Dinis Pinheiro (PP), pretenso candidato ao governo estadual que também fazia parte da base de Aécio Neves.

    INSATISFEITOS

    A linha frontal da expansão do DEM é formada por Rodrigo Maia (RJ), presidente da Câmara, Mendonça Filho, ministro da Educação, ACM Neto, prefeito de Salvador, Rodrigo Garcia, secretário estadual da Habitação de São Paulo.

    A ordem de "preencher espaços vazios" foca principalmente nos insatisfeitos do PSB em Estados do Nordeste e Centro-Oeste.

    Além disso, o DEM tenta pressionar diretórios a ter o máximo de candidaturas majoritárias em 2018.

    Em São Paulo, Garcia tem trabalhado para se viabilizar como possível nome ao governo paulista, mas interlocutores afirmam que ele deve ser lançado ao Senado.

    Além de 12 deputados do PSB em guerra com a direção da legenda, devem ser filiados o ministro Fernando Bezerra Filho (Minas e Energia) e seu pai, o senador Fernando Bezerra (PE).

    Eles estudam alegar justa causa para sair do partido, devido à falta de compatibilidade programática e às punições que receberam da direção pessebista, como destituição das executivas de diretórios estaduais e aberturas de processo na comissão de ética do partido.

    "O ideal seria a criação de um novo partido, mas como isso não vai ficar pronto até 2018, vamos usar o CNPJ do Democratas com um novo programa", diz o deputado Danilo Forte (PSB-CE).

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