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    Para crescer em 2018, DEM busca banho de imagem e genérico de Doria

    BRUNO BOGHOSSIAN
    DE BRASÍLIA

    21/08/2017 02h00

    Marco Ambrosio - 24.out.2016/Folhapress
    O prefeito de São Paulo, João Doria, e o presidente da Câmara Rodrigo Maia em debate na capital paulista
    O prefeito de São Paulo, João Doria, e o presidente da Câmara Rodrigo Maia em debate na capital paulista

    Quando chegou à mesa para negociar as alianças eleitorais de 1994, o antigo PFL era uma das principais forças políticas do país.

    Seus mais de 80 deputados –o dobro da bancada do PSDB– o credenciavam a lançar um candidato próprio à Presidência, mas as cédulas daquele ano trouxeram em destaque o tucano Fernando Henrique Cardoso, com o apoio do partido.

    Por que a sigla não foi a protagonista? "Simples. Porque não tínhamos um nome melhor", resume o deputado José Carlos Aleluia (BA), do DEM –marca assumida pelo PFL em 2007.

    Com a perspectiva de chegar à próxima campanha com uma bancada novamente maior que a do PSDB, os principais dirigentes do DEM começaram a sondar políticos e outras personalidades que poderão ser lançados pela legenda em um projeto presidencial competitivo em 2018.

    O modelo de inspiração para essa candidatura é justamente um tucano: o prefeito paulistano João Doria.

    "Vamos buscar um perfil que possa expressar esse movimento de renovação na política brasileira", descreve o ministro Mendonça Filho (Educação), sem citar Doria.

    Nenhum dirigente aceita falar abertamente em nomes, mas o partido enviou sinais em direção ao apresentador Luciano Huck e ao ex-técnico de vôlei Bernardinho. Empresários alinhados a um ideário de enxugamento do Estado também estão no alvo.

    Não à toa, o próprio Doria –empresário, com larga presença na mídia– recebeu o recado de que será bem recebido no DEM caso sua candidatura ao Palácio do Planalto não vingue no PSDB.

    Em processo de refundação, mudança de nome, renovação do programa partidário e expansão de sua bancada, o DEM quer ter na manga um nome para enfrentar uma eleição nacional marcada pelo descrédito com a política tradicional.

    Nesse contexto, parte dos dirigentes democratas considera certo um desembarque do governo Michel Temer no primeiro semestre de 2018.

    Com um potencial candidato e uma bancada projetada em 50 deputados, a sigla quer chegar ao ano que vem com estatura para superar o PSDB como protagonista do campo de centro-direita.

    No auge, em 1998, o PFL chegou a ter 105 deputados. Uma desidratação ao longo dos governos petistas quase levou à extinção a sigla, que viu sua bancada na Câmara se reduzir a 22 nomes em 2014. Após o impeachment de Dilma Rousseff, a sigla se reergueu, assumiu um ministério e elegeu o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ).

    O prefeito de Salvador, ACM Neto, é um dos principais entusiastas da candidatura própria. "É cedo para fulanizar, mas buscamos o perfil de quem possa vocalizar a nova política e mostrar uma gestão eficiente", afirma.

    O presidente da sigla, Agripino Maia (RN), é mais cauteloso. Diz que a atração de candidatos e o lançamento de uma chapa ao Planalto seria a consequência do processo de refundação do DEM.

    "Queremos crescer em sintonia com a sociedade, a partir de uma formulação programática moderna. Uma candidatura é algo a se discutir no futuro."

    A cúpula do DEM quer definir sua nova marca, acertar a filiação de atuais deputados e fechar um novo manifesto até o dia 10 de setembro.

    Em caso de novo batismo, os nomes favoritos são Mude e Frente Democrática.

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