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    Juventude do PSDB paulista critica aproximação entre deputados e MBL

    ANGELA BOLDRINI
    DE BRASÍLIA

    22/08/2017 19h35 - Atualizado às 20h07

    Rogerio de Santis -15.ago.2017/Futura Press/Folhapress
    SÃO PAULO,SP,15.08.2017:PROTESTO-MARCHA-PELA-ESCOLA-SEM-PARTIDO - Protesto denominado "Marcha Pela Escola Sem Partido", convocada pelo Movimento Brasil Livre (MBL), na região central de São Paulo (SP), na tarde desta terça-feira (15). Os manifestantes saíram da Praça da Sé e seguiram até a Camâra Municipal de São Paulo. Kim Kataguiri e o vereador Fernando Holiday estiveram presentes. (Foto: Rogerio de Santis/Futura Press/Folhapress) *** PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS ***
    Protesto convocado pelo MBL contra o Escola Sem Partido, em São Paulo

    A juventude do PSDB paulista criticou nesta terça-feira (22) a aproximação de deputados da ala jovem do partido na Câmara –os chamados "cabeças-pretas"– com integrantes do MBL (Movimento Brasil Livre).

    Em nota, o grupo afirma que não vê mais "utilidade" no movimento de direita que ganhou notoriedade como um dos protagonistas dos atos pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff, e diz que sua agenda está "esgotada". "(...) não se observa mais utilidade a essa organização que, aliás, nunca deixou clara sua origem, seu funcionamento e, principalmente, seu método de financiamento", diz o texto.

    Nesta terça, a Folha publicou que deputados da ala jovem do partido e integrantes do MBL planejam união para as eleições de 2018, em que o movimento pretende lançar ao menos 15 candidatos para deputado federal, incluindo o coordenador Kim Kataguiri.

    "A maioria deles [cabeças-pretas] nunca fez parte da juventude do partido", afirmou o secretário-geral da juventude tucana paulista, Marcos Saraiva. "Respeitamos a posição dos deputados, mas eles não podem falar pela juventude."

    'HUMOR TOSCO'

    Na nota, a juventude tucana diz ainda que o MBL "adota como prática a intimidação e a ridicularização dos seus adversários políticos" e tem um "humor tosco de quem gosta de ostentar um intencional desconhecimento sobre os desafios do Brasil e da sua juventude".

    "Alguns membros da juventude paulista têm relação com o MBL, mas nós acreditamos que a participação do jovem na política deve se dar por meio de partidos", afirma Saraiva.

    A JPSDB-SP afirma ainda que o partido "deve se dedicar à construção de base e a observância de seu programa fundador" e que não há "elo que sirva para justificar tal coalizão tão sem propósito".

    Sobre o racha do PSDB entre aqueles que querem deixar o governo Michel Temer e aqueles que querem o desembarque, Saraiva evitou se posicionar e afirma que a juventude seguirá "a decisão do partido".

    Leia a íntegra da nota:

    A Juventude do PSDB de São Paulo esclarece que os parlamentares a que a matéria da Folha faz referência já não compõem mais, ou jamais compuseram, o Secretariado de Juventude do PSDB e, ainda que tragam novo vigor à bancada tucana no Congresso Nacional, respondem cada um por seu mandato e não pelo Secretariado de juventude do partido.

    Em nossa leitura, o MBL como movimento político teve importante papel no processo de impeachment da ex-Presidenta Dilma Rousseff, mas, hoje, tem sua agenda esgotada e não se observa mais utilidade a essa organização que, aliás, nunca deixou clara sua origem, seu funcionamento e, principalmente, seu método de financiamento. Não à toa, o movimento adota como prática a intimidação e a ridicularização dos seus adversários políticos, quando não da própria imprensa que ousa questionar suas falácias e hipocrisias.

    Tudo o que se conhece do MBL é a pregação de um liberalismo difuso e contraditório –verbalizado pelo humor tosco de quem gosta de ostentar um intencional desconhecimento sobre os desafios do Brasil e da sua juventude– além de um completo desprezo ao papel da política como motor da mudança social.

    Em virtude destas considerações, acreditamos ser perniciosa a aproximação institucional e política do PSDB com o MBL. A Juventude do PSDB do Estado de São Paulo aproveita, ainda, para convidar o Movimento Brasil Livre ao debate honesto e transparente sobre o seu modo de financiamento, desafiando-o publicamente a disponibilizar prestação de contas periódica do movimento.

    Os jovens quadros do movimento ainda terão muito tempo para encontrar seu espaço na política nacional e isso haverá de acontecer. Até lá, porém, (e até definirem suas reais motivações políticas), o PSDB deve se dedicar à construção de base e a observância de seu programa fundador, pois não há, ainda, elo que sirva para justificar tal coalizão tão sem propósito.

    O PSDB é um partido com 29 anos de história, que pode se orgulhar de uma extensa lista de vitórias, ao lado do povo brasileiro e por ele liderado, em favor da democracia, da liberdade e do desenvolvimento do país. Não será agora, portanto, que este partido se renderá à retórica neopopulista de direita que, apartada de qualquer base social, vive de transformar em marketagem o debate político.

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