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    Lava Jato

    Gilmar liberta mais três investigados ligados a esquema de Sérgio Cabral

    LETÍCIA CASADO
    DE BRASÍLIA

    23/08/2017 09h01

    Ze Carlos Barretta - 21.ago.2017/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL, 21-08-2017 11h00: Gilmar Mendes, Ministro do STF e Presidente do TSE, durante o forum 'A reforma politica em debate' realizado pelo jornal O Estado de Sao Paulo e o Centro de Lideranca Publica (CLP). (Foto: Ze Carlos Barretta/Folhapress PODER)
    Ministro Gilmar Mendes, durante debate sobre a reforma política em São Paulo

    O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), concedeu nesta terça (22) habeas corpus a três pessoas ligadas a suposto esquema de corrupção do ex-governador Sergio Cabral e presas preventivamente no Rio pela operação Ponto Final, desdobramento da Lava Jato.

    Gilmar estendeu ao grupo o habeas corpus que havia concedido a Jacob Barata Filho, conhecido como "rei do ônibus" e decretou medidas alternativas à prisão a o ex-presidente do Detro (Departamento Estadual de Transporte Rodoviário) Rogério Onofre, sua mulher Dayse Debora e David Augusto Sampaio.

    No total, nove investigados da Ponto Final já foram beneficiados por habeas corpus de Gilmar.

    "Comunique-se, com urgência, ao Juízo de origem, para que providencie a expedição dos alvarás de soltura", diz trecho da decisão.

    Os investigados terão que comparecer em juízo para informar e justificar atividades e estão proibidos de manter contato e de deixar o país, além de entregar o passaporte. Eles também devem cumprir recolhimento domiciliar noturno e estão suspensos de exercer atividades em sociedades e associações ligadas ao transporte coletivo de passageiros

    A Ponto Final apura o pagamento R$ 260 milhões em propina entre 2010 e 2016 de empresários a políticos e funcionários de departamentos públicos de fiscalização ligados ao setor de transportes.

    O ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) obteve R$ 122 milhões no esquema e Rogério Onofre, beneficiado pela decisão de Gilmar Mendes, recebeu outros R$ 43 milhões, segundo a investigação.

    SUSPEIÇÃO

    Na semana passada, Gilmar concedeu habeas corpus a Jacob Barata Filho. Pouco depois, o juiz federal Marcelo Bretas determinou nova prisão preventiva contra o empresário. Depois, o ministro deu nova decisão e soltou Barata Filho

    O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu à presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Cármen Lúcia, o impedimento, a suspeição e a incompatibilidade de Gilmar nos casos ligados a Barata Filho.

    Não há prazo para a ministra tomar uma decisão.

    Gilmar foi padrinho de casamento da filha do empresário que, em 2013, casou com um sobrinho da mulher do ministro do Supremo.

    A PGR também aponta vínculos na relação de sociedade entre Barata Filho e o cunhado do ministro.

    Além disso, a mulher de Gilmar, Guiomar Mendes, trabalha no escritório de advocacia Sergio Bermudes, ligado a alguns dos investigados.

    Para Janot, a isenção e a imparcialidade de Gilmar ficam comprometidas por causa dessas relações.

    Janot pede ainda que os atos de Gilmar sejam considerados nulos e que o ministro seja ouvido para esclarecer os fatos.

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