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    Bolsonaro é 'líder do ódio', diz Maria do Rosário ao STF

    LETÍCIA CASADO
    DE BRASÍLIA

    23/08/2017 11h30

    Pedro Ladeira/Folhapress
    Os deputados federais Maria do Rosário e Jair Bolsonaro
    Os deputados federais Maria do Rosário e Jair Bolsonaro

    A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) disse nesta quarta-feira (23) que o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) tem sido um "líder do ódio".

    Ela prestou depoimento na ação penal em que Bolsonaro é réu e que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal).

    Ele responde pelo crime de incitação ao estupro. Em 2014, Bolsonaro disse a Maria do Rosário que não a estupraria porque "ela não merece", ao rebater um discurso feito por ela no plenário da Câmara. Na ocasião, a petista defendeu a Comissão da Verdade e as investigações dos crimes da ditadura militar.

    "Fique aí, Maria do Rosário. Há poucos dias [na verdade a discussão ocorreu há alguns anos] você me chamou de estuprador no Salão Verde e eu falei que eu não estuprava você porque você não merece. Fique aqui para ouvir", afirmou o deputado.

    Depois, ele reafirmou as ofensas em entrevista

    O depoimento da deputada durou cerca de uma hora.

    Na saída, Maria do Rosário disse esperar que o Supremo faça justiça. Segundo ela as declarações de Bolsonaro geram onda de ódio que atinge não apenas mulheres, "mas também gays, lésbicas, negros, indígenas".

    "No Brasil a cada 11 minutos uma mulher é estuprada. Tratar o estupro como algo banal em que o homem decide se a mulher merece ou não, é realmente condenar a vítima", afirmou a deputada.

    "Ele tem sido um líder do ódio", completou.

    PROCESSO

    Bolsonaro foi acusado de incitação ao crime de estupro e, em junho de 2016, virou réu no STF. O tribunal ainda acolheu uma queixa-crime contra o congressista por injúria.

    Fora do STF, em uma ação cível, Bolsonaro foi condenado em primeira instância a indenizar Maria do Rosário em R$ 10 mil em 2015.

    Ele recorreu e perdeu. O TJ-DF (Tribunal de Justiça do Distrito Federal) determinou que ele publicasse uma retratação em jornal de grande circulação, na sua página oficial no Facebook, no Youtube e em seu blog, devendo permanecer disponível por, no mínimo, um mês.

    Bolsonaro recorreu ao STJ e também perdeu.

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