• Poder

    Saturday, 04-May-2024 12:24:53 -03

    Encontros de Lula durante caravana geram críticas dentro do PT

    CATIA SEABRA
    ENVIADA ESPECIAL A RECIFE

    24/08/2017 22h18 - Atualizado às 12h03
    Erramos: esse conteúdo foi alterado

    Dois movimentos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante sua caravana estão causando críticas dentro do PT: seu encontro com o senador Renan Calheiros e um jantar, ocorrido na noite desta quinta-feira (24), com Renata Campos, viúva do ex-governador Eduardo Campos.

    Embora o jantar com Renata tenha um caráter particular –já que Lula era amigo do casal– recentes articulações sinalizam para uma aproximação entre PT e PSB de Pernambuco. Presença constante no Instituto Lula, o ex-prefeito Fernando Haddad almoçou com Câmara há dez dias.

    Pelo acordo em gestação, o PT apoiaria a reeleição do governador Paulo Câmara. Em troca, o PSB apoiaria o PT para o Senado, acordo que é chamado de "abraço de afogados" por integrantes da chamada esquerda petista.

    O partido apoiou a candidatura de Armando Monteiro (PTB-PE) em 2014, mas as chances de reedição da aliança são mínimas depois que o senador votou em favor da reforma trabalhista.

    Admitindo a hipótese de reaproximação, o ex-prefeito de Recife e deputado João Paulo afirma que qualquer decisão depende uma análise mais profunda. Em primeiro lugar, está a consolidação da aliança pela eleição de Lula.

    "O rabo não pode abanar o cachorro. Vamos analisar com cuidado", disse ele.

    A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffman (PR), minimiza o impacto político do jantar com Renata, afirmando que esse foi um gesto de amizade.

    "Lula sempre teve uma boa relação com o casal. Gosta muito deles. Não é sinalização nenhuma", disse ela.

    Outro encontro com repercussão ruidosa aconteceu em Alagoas, na cidade de Penedo, onde o senador Renan Calheiros (PMDB) recepcionou Lula às margens do Rio São Francisco. No dia seguinte, Renan foi vaiado em uma homenagem a Lula. À noite, senador e ex-presidente sentaram-se `a mesa em um jantar oferecido pelo ex-vice governador José Wanderley Neto.

    Gleisi também minimizou essa fotografia, alegando que Lula não poderia impedir que o peemedebista subisse em seu palanque.

    "Temos divergências. Ele apoiou o impeachment da presidente Dilma. Mas, como diz o próprio presidente Lula, Renan era presidente do Senado e ajudou o seu governo [de Lula]. Não podemos levar essas coisas tão a ferro e fogo."

    Em Sergipe, Lula convidou o governador Jackson Barreto (PMDB) para atividades de campanha. A CUT abandonou a caranava de Lula no Estado. E Barreto foi vaiado duas vezes.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024