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    Risco de não aprovar reforma política 'é real', diz relator

    ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
    DE SÃO PAULO

    28/08/2017 22h00 - Atualizado às 23h49

    Ze Carlos Barretta/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL, 21-08-2017 11h00: Gilmar Mendes (esquerda), Ministro do TSF e Presidente do TSE, Rodrigo Maia (centro), presidente da Camara dos Deputados, e o deputado Vicente Candido, durante o forum 'A reforma politica em debate' realizado pelo jornal O Estado de Sao Paulo e o Centro de Lideranca Publica (CLP). (Foto: Ze Carlos Barretta/Folhapress PODER)
    Da esquerda para a direita, Gilmar Mendes, Rodrigo Maia e o deputado Vicente Cândido

    O risco de partidos não chegarem a um consenso, e a Câmara enterrar a reforma política, "é real", afirmou o relator do tema na Casa, o deputado Vicente Cândido (PT-SP).

    "As credenciais de Rodrigo [Maia] como presidente da Câmara e da República" serão fundamentais para destravar o debate, disse o petista nesta segunda-feira (28).

    Com a viagem de Michel Temer à China, Maia (DEM-RJ) é o presidente interino do país por uma semana. No período, seu lugar será ocupado pelo deputado de primeiro mandato André Fufuca (PP-MA), segundo vice-presidente da Casa.

    Maia tem a força política para contornar impasses partidários, disse o relator. Cândido se encontrará com o presidente interino na manhã de terça-feira (29), dia em que a Câmara tentará retomar a votação da "mãe de todas as reformas", como o petista definiu a reestruturação do sistema político, em palestra na FMU, faculdade paulistana que lhe deu o diploma em direito anos atrás.

    O deputado contou ter conversado com 22 líderes partidários para chegar a um acordo que não pregue o caixão da reforma.

    Há uma corrida contra o tempo para aprová-la até de outubro, prazo determinado pela Justiça Eleitoral para que ela possa valer já para o pleito de 2018.

    Quanto ao modelo eleitoral, a proposta que mais para em pé para a atual legislatura, segundo Cândido, é a do "distritão misto", tido como uma jabuticaba, por não ter paralelo em outros sistemas políticos do planeta.

    A ideia ganha força na Câmara, mas ainda não há votos suficientes para ser aprovada. É aí que Maia pode entrar em campo, ajudando a aglomerar apoio partidário, segundo Cândido.

    FINANCIAMENTO EMPRESARIAL

    Proposta que já está com o pé na cova, de acordo com o relator, é a volta do financiamento empresarial na eleição.

    "Eunício [Oliveira] jurou que não passa, que não põe na pauta", afirmou sobre o presidente do Senado, com quem esteve num almoço que reuniu outros dois senadores do PMDB, Jader Barbalho e Renan Calheiros.

    Reportagem da Folha mostrou que apenas dois dos dez maiores partidos com representação no Congresso defendem publicamente a volta da doação de pessoa jurídica à campanha.

    Aos universitários Cândido se definiu como um "sobrevivente", por ser o quarto relator da reforma política. "Os demais não conseguiram apresentar relatório."

    O problema, disse, é a resistência interna em aprovar mudanças significativas no modelo que, bem ou mal, elegeu os atuais 513 deputados. "É muito difícil você abrir mão do poder, ser desprendido."

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