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    Senador e ministro do PSB vão para o PMDB, diz Romero Jucá

    BRUNO BOGHOSSIAN
    DANIEL CARVALHO
    DE BRASÍLIA

    31/08/2017 18h32

    Pedro Ladeira/Folhapress
    O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho (PSB)

    O senador Fernando Bezerra Coelho e o ministro Fernando Bezerra Coelho Filho (Minas e Energia), ambos da ala governista do PSB, vão se filiar ao PMDB, segundo o presidente nacional da legenda, Romero Jucá.

    Ele afirma que os dois bateram o martelo sobre a troca de partido nos últimos dias e já informaram a decisão ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

    "Os dois aceitaram nosso convite. Junto com eles, virão outros parlamentares do PSB, então vamos fazer ajustes no partido para recebê-los", disse Jucá.

    A aliados, no entanto, Bezerra Coelho disse que a questão não está fechada porque ainda precisa de algumas garantias eleitorais em Pernambuco, sua base.

    Para assegurar a filiação da dupla, o PMDB prometeu que um deles poderá se candidatar ao governo de Pernambuco em 2018 pelo partido.

    O senador e o ministro eram cortejados pelo DEM, que conduzia negociações para promover uma migração em massa de parlamentares do PSB descontentes com a direção partidária e que se mantinham fiéis ao governo Michel Temer.

    Rodrigo Maia liderava essas articulações, em um esforço para tentar ampliar a bancada do DEM com parlamentares de diversos partidos.

    Diante da ofensiva do DEM, o presidente Michel Temer entrou em campo e foi a um café da manhã na casa da líder do PSB na Câmara, Tereza Cristina (MS), em julho, para oferecer o PMDB aos dissidentes do partido.

    No DEM, o entendimento é de que, realmente, há mais chances de os Coelho migrem para o PMDB.

    O partido de Rodrigo Maia e do ministro da Educação, Mendonça Filho (PE), espera receber, no entanto, nove dos cerca de 15 dissidentes do PSB.

    GARANTIAS

    Fernando Bezerra disse a aliados nesta tarde que a questão não está resolvida e que as portas com o DEM ainda não estão fechadas.

    Ele, inclusive, esteve com Rodrigo Maia na terça-feira (29), e com Mendonça Filho, nesta quinta (31), para informar das conversas com o PMDB e evitar mal-entendidos.

    A ideia é que todos os insatisfeitos com o PSB deixem a legenda juntos. Como senador, Bezerra não precisa esperar a janela de migração partidária, que só acontece em março do ano que vem.

    Para não perder o mandato, os deputados querem tentar aprovar a antecipação da janela para outubro deste ano. Caso isso não ocorra, tentarão bancar a tese de "desfiliação por justa causa", alegando que são alvo de processo de expulsão do PSB.

    Mas a principal questão para a mudança é local. O senador quer garantias de que Fernando Filho poderá disputar o governo de Pernambuco no ano que vem.

    JARBAS VASCONCELOS

    Apesar de sinalização de Jucá neste sentido, Bezerra espera uma conversa dos dois com o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que é aliado do vice-governador de Pernambuco, Raul Henry, presidente do PMDB no Estado.

    Vasconcelos foi informado por Jucá nesta quarta-feira (30) das intenções de trazer os Coelho para o PMDB. Segundo o presidente peemedebista, Vasconcelos será candidato ao Senado pela sigla.

    Em entrevista à Rádio Jornal, de Recife, nesta quinta, o deputado pernambucano deu sinais de que pode não facilitar os planos da dupla. Disse não ter intenção de romper com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), que pretende disputar a reeleição. Apesar de ser adversário do PT, afirmou não ver problemas na aproximação do partido com o PSB.

    "Eu posso ser acusado disso ou daquilo, mas não sou uma pessoa intolerante. O PT chegando, chegou. Deixa ele chegar, não faz mal nenhum. Eu não vou me incomodar", afirmou Vasconcelos à rádio.

    Além disso, os Coelho querem outra garantia: a de que a candidatura de Fernando Filho também será bancada por PSDB e DEM, dos ministros pernambucanos Bruno Araújo (Cidades) e Mendonça Filho (Educação).

    Ambos têm pretensão de disputar uma vaga no Senado ou no governo do Estado.

    Procurado, Bezerra Coelho disse que não faria nenhum comentário porque ainda tem uma série de conversas na semana que vem. Rodrigo Maia não respondeu as mensagens da reportagem.

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