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    Lava Jato

    Temer pede para Supremo suspender nova denúncia da Procuradoria

    LETÍCIA CASADO
    DE BRASÍLIA

    06/09/2017 22h02

    Fred Dufour/AFP
    O presidente Michel Temer, que acredita que segunda denúncia será inevitável
    O presidente Michel Temer, que acredita que segunda denúncia será inevitável

    A defesa do presidente Michel Temer pediu nesta quarta (6) para que o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), determine a suspensão da nova denúncia e de outros inquéritos contra ele.

    De acordo com os advogados do presidente, Fachin deve proibir as ações da PGR até que termine a investigação para apurar se os delatores da JBS omitiram fatos da Procuradoria.

    "Desta maneira, torna-se medida primeira de Justiça a sustação do andamento de eventual nova denúncia apresentada contra o Sr. Presidente da República até que as investigações sobre os gravíssimos fatos sejam concluídas", diz o documento.

    "O presente caso, ou nos demais que eventualmente possam surgir, a atuação parcial, conflitante e passional de autoridades e o descrédito de colaboradores comprometerão a higidez de qualquer processo, em verdadeira afronta ao Estado Democrático de Direito", informa a peça assinada pelo criminalista Antônio Mariz.

    O movimento se dá depois de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, anunciar que determinou abertura de investigação de indícios de omissão de informações sobre práticas de crimes no acordo de executivos da JBS.

    O problema surgiu após os delatores da JBS entregarem à PGR (Procuradoria-Geral da República) novos áudios de conversas gravadas secretamente.

    A delação da JBS serviu como base para a PGR oferecer a primeira denúncia contra o presidente.

    Conforme informou a Folha, Michel Temer viu enfraquecimento político de Janot ao ameaçar o cancelamento da delação premiada da JBS. Mas o presidente avalia que as investidas da Procuradoria seguem e que a apresentação de uma segunda denúncia contra ele será inevitável.

    O Planalto acredita que a repercussão da decisão de Janot sobre a delação da JBS é "ótima" para o governo, pois terá reflexo político direto entre os parlamentares que irão votar o prosseguimento da segunda denúncia contra o presidente na Câmara.

    EMBATE

    O embate entre Temer e o procurador-geral teve início em maio deste ano, por causa da delação premiada dos executivos da JBS.

    O empresário Joesley Batista gravou o presidente no Palácio do Jaburu, em áudio que fez parte da colaboração feita com procuradores.

    Após as revelações, Janot abriu investigações sobre Temer e o denunciou pelo crime de corrupção passiva –rejeitada pela Câmara dos Deputados.

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