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    Lava Jato

    Ex-procurador também pede para ser ouvido antes de decisão sobre prisão

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    09/09/2017 12h39 - Atualizado às 18h28

    Mauro Pimentel/Folhapress
    RIO DE JANEIRO, RJ, 08.09.2017: - O ex-procurador da republica Marcelo Miller chega para prestar depoimento para Operação Lava Jato na Procuradoria Regional da República da 2ª região, no Centro do Rio. (Foto: Mauro Pimentel/Folhapress, FSP-FOTO) ***EXCLUSIVO FOLHA***
    O ex-procurador da republica Marcelo Miller chega para prestar depoimento para Operação Lava Jato

    A defesa do ex-procurador Marcello Miller decidiu seguir a estratégia usada por Joesley Batista e Ricardo Saud e pedirá ao STF (Supremo Tribunal Federal) para ser ouvida antes da decisão sobre o pedido de prisão feito pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot.

    O ex-procurador é acusado de ter ajudado Joesley e Saud a fechar acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF).

    Em petição enviada neste sábado (9) ao ministro do STF Edson Fachin, os advogados André Perecmanis e Paulo Klein solicitam primeiro a rejeição do pedido de prisão e que seu cliente.

    Em segundo lugar, solicitam que Fachin, "ao menos" dê acesso ao pedido de prisão, que está sob sigilo, e permita que Miller dê esclarecimentos.

    Por fim, pede ainda que, caso a prisão seja decretada, que seja transformada em prisão domiciliar, alegando que Miller poderia correr "gravíssimo risco em um sistema carcerário", já que é advogado e ex-membro do Ministério Público Federal.

    Assim como Joesley e Saud, Miller colocou seu passaporte à disposição da Justiça.

    Nesta sexta (8), o ex-procurador prestou depoimento por cerca de 10 horas e negou as acusações. A petição faz críticas ao pedido de prisão e diz que, como Miller não tem foro privilegiado, o caso deveria ser encaminhado para a Justiça de primeira instância.

    "A defesa de Marcello Miller critica veementemente o pedido de prisão do seu cliente enquanto estava depondo por 10 horas, no Rio de Janeiro", afirmaram os advogados André Perecmanis e Paulo Klein, em nota divulgada neste sábado.

    No texto, eles dizem que "estranham" o fato de o pedido de prisão ter sido feito durante o depoimento, no qual, dizem, o ex-procurador entregou provas de que estava afastado da Operação Lava Jato desde julho de 2016.

    "O ex-procurador nunca atuou como intermediário entre o grupo J&F ou qualquer empresa e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ou qualquer outro membro do Ministério Público Federal", diz a nota.

    Na petição, a defesa de Miller diz que o áudio de Joesley e Saud que motivaram o pedido de prisão é "desconexo" e contém "comentários estapafúrdios, inteiramente fantasiosos, chegando até mesmo a se referir de forma desrespeitosa a digníssimos membros do Supremo Tribunal Federal".

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