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    Lava Jato

    Defesa sinaliza que Joesley e Saud podem se entregar à polícia

    LEANDRO COLON
    DIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
    BELA MEGALE
    DE BRASÍLIA
    JOSÉ MARQUES
    DE SÃO PAULO

    10/09/2017 09h26 - Atualizado às 13h21

    Sérgio Lima/AFP Photo
    Joesley Batista é acusado de descumprir dois pontos e cláusula do acordo de delação
    Joesley Batista é acusado de descumprir dois pontos e cláusula do acordo de delação

    A Polícia Federal e a PGR (Procuradoria-Geral da República) receberam, segundo a Folha apurou, uma sinalização de que Joesley Batista e Ricardo Saud, da JBS, podem se entregar.

    A prisão de ambos foi decretada pelo ministro Edson Fachin, atendendo a pedido do procurador-geral, Rodrigo Janot.

    Advogados dos delatores da JBS indicaram aos investigadores que, após a ciência oficial do mandado de prisão, os seus clientes estão dispostos a comparecer à Polícia Federal, em Brasília ou São Paulo. Com isso, evitariam uma operação policial em suas casas.

    A prisão é temporária, ou seja, com prazo de cinco dias, mas podendo ser prorrogada ou se transformar em preventiva.

    Fachin negou estender a medida ao ex-procurador Marcelo Miller. Os pedidos de prisão dos três foram feitos por Janot na sexta (8).

    Na manhã deste domingo (10), houve pouco movimento em frente à casa do empresário, num bairro nobre da zona oeste de São Paulo. Até as 13h, três carros saíram do imóvel –o último deles, um Porsche, dirigido pela jornalista Ticiana Villas Boas, mulher de Joesley.

    Os carros seguiram em direção a outro imóvel próximo à avenida Paulista, ligado à família dele. Joesley não foi visto.

    Em frente à casa, aguardam apenas equipes de reportagem. Durante a manhã, eventuais curiosos passaram de carro ou a pé e filmaram o local com celulares ou tiraram fotos.

    Também dirigindo um Porsche, um homem que não se identificou gritou xingamentos contra o empresário e disse que ele "é pior que traficante". Um ciclista gritou "cadê a mala de dinheiro?"

    GRAVAÇÃO

    Na última segunda-feira (4), Janot anunciou a abertura de investigação para apurar possíveis irregularidades nas negociações da colaboração firmada com o Ministério Público.

    O centro da crise é uma gravação, datada de 17 de março, em que Joesley e Saud indicam possível atuação de Miller no acordo de delação quando ainda era procurador —ele deixou o cargo oficialmente em 5 de abril. O áudio foi entregue pelos delatores no dia 31 de agosto.

    Para a equipe de Janot, houve patente descumprimento de dois pontos de uma cláusula do acordo de delação que tratam de omissão de má-fé, o que justificaria rever os benefícios.

    Os três, Joesley, Saud e Miller prestaram depoimentos entre quinta (8) e sexta (9). Janot não se convenceu dos argumentos. Para ele, há indícios fortes de que Miller participou sim da elaboração do acordo de colaboração.

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