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    Lava Jato

    Defesa de Geddel diz que direitos de ex-ministro foram violados outra vez

    DE SÃO PAULO

    10/09/2017 20h49

    Pedro Ladeira/Folhapress
    Geddel chega ao hangar da PF em Brasília, após ser preso em Salvador
    Geddel chega ao hangar da PF em Brasília, após ser preso em Salvador

    A defesa do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que foi preso na sexta-feira (8), disse em nota divulgada neste domingo (10) que "mais uma vez, foram violados direitos que lhe são assegurados por lei".

    O peemedebista estava em prisão domiciliar e foi levado de volta ao presídio da Papuda, em Brasília, depois de a Polícia Federal descobrir um "bunker" em Salvador, onde estavam guardados R$ 51 milhões em dinheiro vivo.

    A PF identificou impressões digitais do ex-ministro e de seu ex-assessor Gustavo Ferraz, também detido.

    A nota da defesa traz ainda que, "além de ter sido impedido o acesso e a entrevista pessoal dos advogados constituídos por Geddel, ainda foi impossibilitada a participação na sua oitiva perante a autoridade policial".

    E que a "suposta emoção" atribuída a Geddel durante o depoimento divulgada por "fontes ligadas à investigação", foi "mais um atentado à sua dignidade e integridade moral, mediante a indevida exposição de uma pessoa submetida à custódia e responsabilidade do Estado."

    "Geddel irá refutar as consequências jurídicas que lhe são indevidamente imputadas, em momento oportuno, perante as autoridades competentes", conclui a nota.

    PAPUDA

    De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do DF, Geddel divide cela com nove presos, exatamente os mesmos da outra vez.

    Segundo o órgão, a capacidade da cela é para 12 pessoas, com quatro treliches, há apenas chuveiro frio no local e um espaço para necessidades fisiológicas.

    Geddel está no mesmo presídio de Lúcio Bolonha Funaro, pessoa que foi determinante para a decisão da Justiça da primeira prisão do peemedebista.

    Preso desde julho do ano passado, Funaro é apontado pelas investigações como operador do ex-deputado Eduardo Cunha e de todo o PMDB da Câmara.

    GOVERNO

    Geddel deixou o governo Temer, de quem é amigo de longa data, sob acusação de pressionar o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero (Cultura) para viabilizar um empreendimento na Bahia.

    Os apartamentos no prédio pivô da queda do ex-ministro são avaliados em R$ 2,6 milhões, com vista para a Baía de Todos-os-Santos, em Salvador.

    Se a suspeita da PF se confirmar de que o dinheiro todo encontrado no "bunker" é de Geddel, pode-se concluir que ele poderia comprar quase 20 imóveis iguais a esse que determinou sua saída do governo.

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