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    Lava Jato

    PF relaciona 'bunker' de Geddel com corrupção de PMDB da Câmara

    REYNALDO TUROLLO JR.
    CAMILA MATTOSO
    BELA MEGALE
    RUBENS VALENTE
    DE BRASÍLIA

    11/09/2017 21h58

    Divulgação
    Polícia Federal encontra malas de dinheiro em endereço atribuído a Geddel Vieira Lima
    'Bunker' com milhares de notas em reais que, segundo a investigação, era usado por Geddel

    A Polícia Federal relaciona, em relatório concluído nesta segunda (11), o "bunker" do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) com a atuação do grupo do PMDB da Câmara.

    O operador Lucio Funaro havia afirmado em depoimento em junho que repassou R$ 20 milhões de propina ao peemedebista em troca de aprovação de empréstimos na Caixa Econômica Federal.

    A PF diz, então, que como os valores encontrados no "bunker" superam a cifra citada por Funaro, isso "faz inferir que o saldo remanescente pode ter se originado de outros esquemas ilícitos destacados ao longo do relatório, relacionados com a atuação do grupo do PMDB na Câmara", diz trecho do documento.

    "Inclusive envolvendo a ciência e participação do irmão de Geddel, o deputado Lucio Vieira Lima [PMDB-BA]", completa a PF.

    Não há, porém, no relatório prova ou outro indício concreto que aponte que o dinheiro achado é o mesmo dos esquemas narrados pela polícia.

    Geddel foi preso na última sexta (8), por decisão da Justiça Federal de Brasília.

    É a segunda vez que ele vai para o presídio da Papuda –na primeira, ficou apenas oito dias e conseguiu um habeas corpus para cumprir prisão domiciliar, situação em que se encontrava até ser preso de novo.

    BUNKER

    A PF encontrou na terça-feira (5) o "bunker" com milhares de notas que, segundo a investigação, tinham impressões digitais do ex-ministro. A operação, nomeada de Tesouro Perdido, foi autorizada pela 10ª Vara Federal de Brasília.

    O total contabilizado no local foi de R$ 51 milhões, em reais e dólares. Os valores apreendidos foram depositados em uma conta judicial.

    Segundo a PF, após as últimas fases da Operação Cui Bono?, foi possível chegar a um endereço, em Salvador, que seria utilizado para armazenagem de dinheiro.

    OUTRO LADO

    A defesa do ex-ministro disse em nota divulgada neste domingo (10) que, "mais uma vez, foram violados direitos que lhe são assegurados por lei".

    A nota da defesa traz ainda que, "além de ter sido impedido o acesso e a entrevista pessoal dos advogados constituídos por Geddel, ainda foi impossibilitada a participação na sua oitiva perante a autoridade policial".

    E que a "suposta emoção" atribuída a Geddel durante o depoimento divulgada por "fontes ligadas à investigação" foi "mais um atentado à sua dignidade e integridade moral, mediante a indevida exposição de uma pessoa submetida à custódia e responsabilidade do Estado."

    "Geddel irá refutar as consequências jurídicas que lhe são indevidamente imputadas, em momento oportuno, perante as autoridades competentes", conclui a nota.

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