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    Lava Jato

    Defesa de corruptos é tentar desacreditar quem os investiga, diz Janot

    REYNALDO TUROLLO JR.
    DE BRASÍLIA

    12/09/2017 12h07

    Pedro Ladeira/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 12-09-2017, 12h00: O Procurador Geral da República Rodrigo Janot participa, ao lado do secretário da receita Jorge Rachid, do Ministro chefe da CGU Wagner Rosário e do ministro do TCU Raimundo Carreiro, do lançamento da campanha #todosjuntoscontraacorrupção, na sede do CNMP. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    Janot participa do lançamento da campanha Todos Juntos Contra Corrupção, em Brasília

    O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta terça-feira (12) que, diante das fartas provas de corrupção coletadas pelo Ministério Público, só resta aos investigados tentar "desacreditar" os investigadores.

    "Nunca se viu, em toda a nossa história, tantas investigações abertas, tantos agentes públicos e privados investigados, processados e presos. As instituições estão funcionando", disse Janot.

    "As reações também têm sido proporcionais. Como não há escusas pelos fatos descobertos, tantos são os fatos e tão escancaradamente comprovados, que a estratégia de defesa não pode ser outra senão tentar desconstituir, desacreditar a figura das pessoas encarregadas do combate à corrupção."

    Janot participou do lançamento da campanha Todos Juntos Contra Corrupção, na sede do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), em Brasília.

    "O enfrentamento à corrupção nos últimos anos foi alçado a prioridade na atuação do Ministério Público brasileiro", disse o procurador-geral, cujo mandato termina no próximo domingo (17).

    Janot não citou nomes nem casos concretos ao falar sobre a corrupção. Nos últimos dias, ele tem sido alvo de críticas de políticos devido às novas revelações sobre o acordo de delação de executivos da JBS.

    Há suspeitas de que um ex-auxiliar de Janot, o ex-procurador Marcello Miller, tenha atuado em favor da JBS durante a elaboração do acordo de delação com a PGR (Procuradoria-Geral da República), entre fevereiro e março deste ano. Miller pediu exoneração em fevereiro, mas só foi oficialmente desligado do Ministério Público em 5 de abril.

    Depois de deixar a carreira de procurador, Miller passou a trabalhar no escritório de advocacia Trench Rossi Watanabe, que negociou parte do acordo de leniência (de pessoa jurídica) da JBS. O ex-procurador tem negado irregularidades em sua atuação.

    No evento desta terça, Janot disse que "com certeza muitas pernas tremem" ante o trabalho de combate à corrupção que vem sendo desenvolvido. "A corrupção aniquila vidas, sonhos e a esperança de dias melhores", declarou.

    CAMPANHA

    A campanha Todos Juntos Contra Corrupção é uma iniciativa de várias entidades sob coordenação do CNMP. Procuradores anunciaram o lançamento de editais para selecionar iniciativas educacionais para promoção da cidadania e de uma cultura de intolerância à corrupção.

    Também foi lançada uma campanha publicitária, com várias peças que serão divulgadas em veículos de imprensa e institucionais.

    Em sua fala, Janot disse considerar a educação um dos caminhos para prevenir a corrupção e elogiou a atividade da imprensa, que dá transparência às investigações em curso.

    O ministro da Transparência e Controladoria Geral da União, Wagner Rosário, o presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), Raimundo Carreiro, e autoridades do governo do Distrito Federal também participaram do evento no CNMP.

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