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    Lava Jato

    'Super-Moro' é estrela de protesto a favor da Lava Jato em Curitiba

    ANA LUIZA ALBUQUERQUE
    CATIA SEABRA
    ENVIADAS ESPECIAIS A CURITIBA
    ESTELITA HASS CARAZZAI
    DE CURITIBA

    13/09/2017 16h39

    Marlene Bergamo/Folhapress
    'Super-Moro' desfila por Curitiba durante depoimento de Lula ao juiz

    Quem passou na tarde desta quarta (13) em frente ao Museu Oscar Niemeyer, no centro cívico de Curitiba (PR), deu de cara com um boneco gigante do juiz Sergio Moro, desenhado como o Super-Homem.

    Segundo a organização do ato, o "Super-Moro" tem nove metros de altura.

    O protesto foi promovido pelo "Curitiba Contra Corrupção" e o "Acampamento Lava Jato", movimentos regionais. De acordo com os organizadores, o ato foi financiado com venda de camisetas e uma "vaquinha".

    No alto-falante, frases de apoio à Lava Jato e "contra todos os corruptos". Nos cartazes, pedidos de intervenção militar. Completavam a cena bandeiras do Brasil e uma enorme faixa estendida no gramado com os dizeres "Lula na cadeia".

    Cristiano Roger, 40, analista de Recursos Humanos e líder do "Curitiba Contra Corrupção", diz que o movimento não recebe dinheiro de partidos e que todos os corruptos devem ser condenados.

    Ele afirma que foi de esquerda durante 20 anos, mas que parou de apoiar o PT quando veio à tona o escândalo do mensalão. O ativista diz que não mudou de lado. "Sou do lado do Brasil."

    Questionado sobre os cartazes de intervenção militar, Cristiano afirma que não é a favor, mas que não poderia expulsá-los do ato. "Também só se fala em um lado da história", completa.

    Selene Arduini, 53, técnica contábil, foi um dos ativistas que levantaram os cartazes pela intervenção militar. Ela afirma que não é mais possível governar com os políticos corruptos. "Se teve corrupção na ditadura eu não fiquei sabendo", diz.

    Em relação às torturas perpetradas pela ditadura militar, Selene afirma que somente foram torturados "terroristas que matavam e sequestravam".

    "Graças às Forças Armadas eu pude viver um bom tempo na democracia", diz. Questionada sobre o conceito de democracia, Selene é taxativa. "Olha, não é comunismo."

    O bombeiro civil Josiel dos Santos, 31, é outro que passou da esquerda para a direita. Ele diz que votou no Lula, mas que não deve nada ao ex-presidente. Segundo ele, tudo que conquistou foi em função da "meritocracia". "Tive que estudar bastante para ter meu emprego."

    Com o mensalão, Josiel diz que parou de defender o PT. "Como que um gestor deixa acontecer o mensalão e fala que não sabia de nada?"

    Hoje, Josiel segue o MBL e defende a candidatura do deputado federal Jair Bolsonaro em 2018. "Ele é um cara honesto, que não defende vagabundo."

    Ao ser questionado sobre os comentários homofóbicos do deputado, o manifestante nega que eles existam.

    A reportagem, então, lê aspas literais de Bolsonaro: "Não vou combater nem discriminar, mas, se eu vir dois homens se beijando na rua, vou bater." Josiel responde: "isso é fake news".

    O MBL também passou pelo ato –não participou da organização, mas apoiou. A coordenadora do movimento em Curitiba, a jornalista Denise de Souza, 37, afirma que o objetivo do protesto é chamar a atenção da população para a ação contra Lula, porque acredita que a mídia não está dando o devido destaque.

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