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    Doria pede que Meirelles foque a economia e não a Presidência

    GUILHERME SETO
    DE SÃO PAULO

    13/09/2017 19h08

    Divulgação
    João Doria na Muralha da China
    Prefeito de São Paulo, João Doria, disse que vai continuar viagens pelo Brasil e também fora do país

    Diante da possível pré-candidatura do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, à Presidência, esboçada nesta quarta-feira (13) por lideranças do PSD, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), mostrou-se crítico, dizendo que o ministro deve se concentrar em suas funções e deixar o jogo político para o futuro.

    "Quero ressaltar o bom trabalho que o ministro Meirelles vem fazendo à frente do ministério, que espero que continue a fazer e não se contamine pela questão política. Não é hora, tem tempo para isso. Final deste ano e o início do ano que vem serão bons momentos para a manifestação final do PSD em relação à sua candidatura", disse Doria após evento em São Paulo do Movimento Brasil Competitivo, grupo de empresários encabeçado por Jorge Gerdau.

    "É cedo ainda para esse debate e para colar essa imagem no ministro Meirelles. Acho que isso pode até prejudicar um pouco sua conduta à frente da política econômica do país. Preferiria que ele estabelecesse toda a sua jornada focado na economia, porque está dando certo, e dando certo é bom para ele e para o Brasil", concluiu.

    VIAGENS

    Questionado se suas viagens também não estariam atrapalhando seu mandato como prefeito, ele negou.

    "Acho o contrário, acho que é bom e tem produzido bons resultados. E vamos continuar as viagens, não só no Brasil como fora também. São Paulo é uma cidade global. Eu comando uma cidade global, não uma pequena província, como comandava o PT aqui em São Paulo, pensando pequeno, com gestos pequenos. Prefiro gestos grandes e entendo São Paulo como uma cidade que pede investimentos internacionais", afirmou.

    Após almoço com Meirelles, o líder do PSD na Câmara, Marcos Montes, disse que o ministro foi convidado para se candidatar à Presidência em 2018.

    "Recebe sempre com entusiasmo, recebe como integrante do partido, com o espírito de brasileiro que tem. Se, porventura, [Meirelles] vier a ser chamado, a gente tem convicção de que atenderá ao chamado da sociedade", disse.

    No encontro do Movimento Brasil Competitivo, o ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) também mostrou empolgação ao falar da possível candidatura de Meirelles.

    "É um extraordinário nome, com formação invejável, com uma experiência muito grande e no momento certo é evidente que o partido dará prioridade a uma candidatura própria."

    Por meio das redes sociais, Meirelles negou que seja pré-candidato.

    CORRIDA TUCANA

    O encontro do Movimento Brasil Competitivo também contou com a presença do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que trava disputa com o prefeito pela indicação tucana à Presidência em 2018. Alckmin teve papel decisivo na escolha de Doria como candidato tucano na disputa municipal.

    Em sua fala, Doria encheu Alckmin de elogios, chamando a parceria entre ambos como "uma tabelinha entre Coutinho e Pelé", comparando o governador ao Rei do Futebol.

    Já Alckmin foi mais econômico. Não mencionou Doria, que já havia deixado o local, em sua apresentação. Após o evento, disse que parte da imprensa tenta criar indisposição entre ele e Doria.

    "Vejo que há uma vontade de criar uma animosidade minha com o prefeito. E eu quero desfazer isso", afirmou.

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