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    Lava Jato

    Com expectativa de nova denúncia, Temer critica abuso de autoridade

    GUSTAVO URIBE
    ENVIADO ESPECIAL A XAMBIOÁ (TO)

    14/09/2017 13h00

    Liu Junxi/Xinhua
    Presidente Michel Temer em encontro na China
    Presidente Michel Temer em encontro na China

    Com a expectativa de ser apresentada uma nova denúncia contra ele, o presidente Michel Temer defendeu nesta quinta-feira (14) que o abuso de autoridade deve ser evitado no país.

    Em evento de assinatura para construção de uma ponte, o peemedebista se esquivou dos veículos de imprensa e ignorou as perguntas dos jornalistas.

    No discurso, ele afirmou que a única autoridade existente no país é a Constituição Federal e disse que o abuso por parte de representantes do poder público não pode ocorrer.

    "Quando alguém ultrapassa o limite da lei, daí é que há violação da autoridade, uma coisa que devemos evitar no Brasil", disse.

    A defesa do peemedebista tentou suspender a atuação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em casos relacionados ao presidente sob a acusação de ele atuar de maneira parcial.

    O STF (Supremo Tribunal Federal), no entanto, indeferiu o pedido.

    O chefe do Ministério Público Federal finalizou nova denúncia contra o presidente, desta vez por obstrução judicial e organização criminosa, e deve apresentá-la até sexta-feira (15).

    ERRO

    No evento, o ministro Maurício Quintella (Transportes) cometeu um erro. Ao fazer elogios ao presidente, disse que ele reduziu dez ministérios em relação à gestão de Dilma Rousseff.

    Atualmente, no entanto, há 28 pastas, apenas quatro a menos em comparação com o final do governo da petista.

    O presidente participou nesta quinta-feira (14) da assinatura de ordem de serviço para a construção de uma ponte que ligará o Tocantins ao Pará.

    A estrutura cruzará o Rio Araguaia e terá investimento de R$ 132 milhões do governo federal.

    Desde que o peemedebista assumiu o Palácio do Planalto, em maio do ano passado, foi a primeira vez que ele cumpriu agenda oficial na Região Norte, que deu vantagem a candidatos petistas nas ultimas eleições presidenciais.

    Diferentemente de seus antecessores, o presidente tem feito poucas viagens pelo país. O risco de protestos é uma das causas apontadas por assessores presidenciais. A última pesquisa Datafolha apontou que apenas 7% aprovam a sua administração.

    A promessa de construção de uma ponte de ligação entre o Tocantins e o Pará, com 1,7 quilômetro, é de 2009, mas a ideia de fazê-la é anterior. Por falta de recursos federais e por denúncia de irregularidade, contudo, a ponte não saiu do papel.

    Em 2009, o TCU (Tribunal de Contas da União) pediu a anulação do processo licitatório por suspeitas de sobrepreços. Hoje, o trajeto entre Xambioá (TO) e São Geraldo (PA) é feito apenas de balsa.

    "Ninguém acreditava que essa ponte fosse feita. Desde que eu me lembro por gente, havia o sonho de que houvesse a ponte", disse o ministro Dyogo Oliveira (Planejamento), nascido em Tocantins.

    Em resposta, o presidente fez uma piada: "Se desde criança ele imagina essa ponte, então deve ser mais de 60 anos", afirmou.

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