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O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), se diz 'satisfeito' e 'honrado' com convites de partidos |
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Poder
Wednesday, 01-May-2024 17:41:34 -03Análise
Ao cogitar sair do PSDB, Doria ensaia narrativas para 2018
THAIS BILENKY
DE SÃO PAULO15/09/2017 02h00
Duas pessoas do círculo mais próximo de João Doria relataram à Folha nesta semana cenários que levariam o prefeito paulistano a deixar o PSDB, de olho na disputa presidencial de 2018.
São hipóteses remotas, mas que poderiam servir de vacina para acusações de traição e oportunismo.
Os casos cogitados por Doria, segundo seus interlocutores, seriam: um adversário ocupar a presidência do PSDB, ou um terceiro nome que não o dele nem o do governador Geraldo Alckmin ser escolhido para disputar a Presidência pelo partido.
Eles mencionaram como exemplos um dos vice-presidentes do PSDB, Alberto Goldman, no primeiro caso, e o senador José Serra no segundo.
A elucubração é mais relevante do que as hipóteses levantadas em si, hoje pouco acreditadas no partido.
Pode significar a gestação de uma narrativa para justificar eventual saída de Doria do PSDB e uma disputa com o maior fiador da entrada do prefeito na política eleitoral, Geraldo Alckmin.
De acordo com esses dois aliados, Doria não tem disposição no momento para enfrentar o governador paulista dentro do PSDB.
Por isso, vem insistindo em construir dentro do partido um critério para a escolha do presidenciável tucano que não se baseie exclusivamente nas prévias, como defende Alckmin.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que considerou que "errou" ao não apostar nas chances de vitória de Doria na eleição municipal de 2016, já concordou com a tese do prefeito.
Defendeu nesta semana que o partido leve em consideração, ao se definir para 2018, pesquisas de intenção de voto e popularidade, além do desejo da maioria dos militantes em prévias.
Embora negue a intenção de deixar o PSDB, Doria não esconde a "satisfação" de ter recebido convites de quatro partidos, segundo ele.
Em dezembro, o PSDB tem prevista uma convenção para renovar a sua Executiva nacional. Próximo a Doria, mas também ligado a Alckmin, o governador de Goiás, Marconi Perillo, quer ser escolhido presidente do partido por "consenso", sem precisar disputar eleições internas com outro tucano.
Perillo não nega a "amizade" de Doria, no momento em que caciques tucanos, Fernando Henrique Cardoso inclusive, além do presidente interino do PSDB, o senador Tasso Jereissati (CE), reconhecem que Alckmin é o "primeiro da fila" –o governador paulista está no quarto mandato e foi candidato uma vez, em 2006.
Perillo já flexibilizou o seu discurso em favor das prévias e agora fala que pretende discutir internamente os critérios de escolha de candidato.
Mas, se o roteiro se perder no caminho, aí poderá aparecer uma "adversidade intransponível" que impulsione Doria para fora do PSDB e para dentro da corrida presidencial de 2018.
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