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    Justiça homologa dois acordos de delação na operação de Ribeirão Preto

    MARCELO TOLEDO
    DE RIBEIRÃO PRETO

    15/09/2017 13h35

    Joel Silva/Folhapress
    A ex-prefeita de Ribeirão Preto Dárcy Vera, que está presa
    A ex-prefeita de Ribeirão Preto Dárcy Vera, que foi presa na Operação Sevandija

    A Justiça de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) homologou nesta sexta-feira (15) duas delações premiadas relativas à Operação Sevandija –parasita–, que investiga o que é considerado o maior escândalo de corrupção da história da cidade.

    Foram homologadas as delações de Paulo Roberto de Abreu Júnior e Alexandra Martins, respectivamente sócio e ex-namorada do empresário Marcelo Plastino, encontrado morto em novembro de 2016, dois meses após a deflagração da operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), do Ministério Público paulista.

    A apuração, até agora, chegou a licitações fraudadas que somam R$ 203 milhões, segundo o Gaeco. Foram denunciadas 34 pessoas e bloqueados R$ 33 milhões, além de 68 imóveis e 66 veículos.

    Nove pessoas estão presas, entre elas a ex-prefeita Dárcy Vera (PSD), três ex-secretários (Administração, Educação e Casa Civil), dois ex-servidores, dois advogados e um ex-vereador. Todos negam elo com irregularidades.

    Os dois acordos homologados são referentes à investigação dos contratos de terceirização assinados entre a Prefeitura de Ribeirão Preto e a Atmosphera, empresa de Plastino. Conforme a denúncia, a empresa era usada para abrigar funcionários indicados por agentes públicos, como vereadores, em troca de apoio político para Dárcy na Câmara.

    ENGRENAGEM

    Segundo o Gaeco, as colaborações premiadas foram fechadas depois de meses de negociação e os dois envolvidos confessaram participação e indicaram "as engrenagens e a dinâmica das contratações ilícitas, a realização de periódicos e vultosos saques em dinheiro vivo das contas da empresa e os contatos entre o empresário falecido e agentes públicos de Ribeirão". Plastino foi encontrado morto em seu apartamento –de acordo com a polícia, cometeu suicídio.

    Ainda conforme a Promotoria, Abreu Júnior e Alexandra apresentaram centenas de documentos, como ofícios e e-mails com assinaturas de autoridades chancelando a contratação de apadrinhados políticos, além de manuscritos do empresário morto sobre os fatos e seus contatos na prefeitura.

    O processo sobre as terceirizações é um dos vértices de um triângulo que contempla ainda o suposto pagamento de propina a partir do recebimento de honorários advocatícios e um contrato ilegal firmado no Daerp (departamento de água). Dárcy está presa devido ao processo dos honorários –as audiências do caso terão início no fim do mês.

    Além das duas delações homologadas nesta sexta, dois outros acordos foram fechados anteriormente, um na apuração dos honorários advocatícios e outro, no contrato do setor de água.

    O acordo de delação prevê limite de pena a ser fixada caso os dois sejam condenados e desbloqueio de parte de seus bens.

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