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    Em carta de despedida, Janot diz que 'escroques' ainda têm cargos no país

    LETÍCIA CASADO
    DE BRASÍLIA

    18/09/2017 00h50

    Ueslei Marcelino - 24.nov.2016/Reuters
    Rodrigo Janot, que deixa nesta segunda (18) o posto de procurador-geral da República
    Rodrigo Janot, que deixa nesta segunda (18) o posto de procurador-geral da República

    Pouco antes da meia-noite deste domingo (17), nos últimos minutos como chefe do Ministério Público, Rodrigo Janot mandou a última mensagem aos procuradores, na qual afirma que "escroques" ainda ocupam cargos no país.

    "Espero que a semente plantada germine, frutifique e que esse trabalho coletivo de combate à corrupção sirva como inspiração para a atual e futuras gerações brasileiros honrados e honestos", afirmou.

    "Precisamos acreditar nessa ideia e trabalhar incessantemente para retomar os rumos deste país, colocando-o a serviço de todos os brasileiros, e não apenas da parcela de larápios egoístas e escroques ousados que, infelizmente, ainda ocupam vistosos cargos em nossa República."

    Na mensagem, enviada pelo sistema interno do Ministério Público, Janot deseja boa sorte à sucessora, Raquel Dodge, mas destaca que não vai transmitir o cargo e enfatiza que assumiu a Procuradoria-Geral da República depois de ser eleito o primeiro na lista tríplice da categoria –ela ficou em segundo lugar e foi indicada pelo presidente Michel Temer. O mais votado foi o subprocurador Nicolao Dino, aliado de Janot.

    "Por motivos protocolares, não poderei transmitir o cargo a minha sucessora, mas desejo-lhe sorte e sobretudo energia para os anos que virão. Que a nova PGR encontre alegria mesmo diante das adversidades e que seja firme frente aos desafios", diz Janot na mensagem.

    De acordo com a assessoria de Dodge, ele foi convidado por e-mail para a posse.

    "Ao fim desses dois mandatos que me foram outorgados pelos meus pares, entrego-lhes um Ministério Público diferente do que o que recebi dos meus antecessores", escreveu Janot.

    "Construí, com um grupo de colegas, o projeto que foi submetido, em 2013, ao crivo da lista tríplice. Os membros do MPF confiaram em mim e nas ideias de inovação que minhas propostas representavam. Fui então o primeiro da lista tríplice."

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