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    'Certamente haverá revisões' de atos da PGR, diz Gilmar sobre Dodge

    LETÍCIA CASADO
    DE BRASÍLIA

    18/09/2017 17h34

    Ze Carlos Barretta/Folhapress
    Ministro do STF Gilmar Mendes durante evento em São Paulo
    Ministro do STF Gilmar Mendes durante evento em São Paulo

    O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), disse nesta segunda-feira (18) que a procuradora-geral Raquel Dodge "certamente" fará revisões em procedimentos da PGR (Procuradoria-Geral da República) instaurados por seu antecessor, Rodrigo Janot. Ela assumiu o cargo nesta manhã.

    Gilmar foi questionados por jornalistas se seria o caso de Dodge revisar alguns processos que estão em andamento, como, por exemplo, a denúncia contra o presidente Michel Temer por obstrução de Justiça e organização criminosa.

    "Certamente haverá revisões. Não vou dar opinião sobre isso. Certamente a procuradora-geral vai fazer uma reanálise de todos os procedimentos que estão à sua disposição, de maneira natural ou provocada, para, certamente, evitar erros e equívocos que estavam se acumulando", afirmou, na saída de um evento em uma entidade que presta assistência a crianças.

    Gilmar também foi indagado sobre "se a atuação de Janot comprometeu a credibilidade do Judiciário do Brasil".

    "Tenho a impressão de que ao fim e ao cabo nós tivemos muitos tumultos, muitos desacertos", disse Gilmar.

    JBS

    "Esses episódios últimos aí envolvendo, por exemplo, a delação da JBS, creio que mostram bem isso: certas trapalhadas e certas perplexidades que resultaram em ineficiência do próprio trabalho da Procuradoria-Geral da República", afirmou.

    Gilmar e Janot protagonizaram diversos embates públicos ao longo dos últimos meses. Janot, inclusive, pediu a suspeição de Gilmar em casos envolvendo a Operação Ponto Final, que apura esquema de corrupção no Rio. O ministro não participou do julgamento de um pedido feito pela defesa de Temer para afastar Janot de casos envolvendo o presidente.

    Ele destacou que Raquel Dodge deve ampliar o foco de atuação da PGR, para além da área criminal.

    "Eu estive lá [na posse], ouvi o discurso da procuradora-geral e fiquei deveras impressionado. Sua Excelência afirmou que vai dar continuidade ao trabalho de combate à corrupção, mas colocará outros temas também na agenda: a defesa dos direitos humanos, a questão da saúde, a questão dos presos, a questão indígena. E também enfatizou muito que investigações têm que ser feitas dentro dos devidos marcos legais, dentro do devido processo legal. Esse é um dos questionamentos que havia e acho que ela vai dar uma resposta."

    Conforme antecipou a colunista Mônica Bergamo, da Folha, Gilmar Mendes foi à Casa da Mãe Preta, no Distrito Federal, para doar R$ 30 mil que ganhou em uma ação de indenização movida contra a atriz e apresentadora Monica Iozzi, da TV Globo.

    Ele moveu a ação depois que Iozzi postou uma mensagem em rede social sobre habeas corpus concedido por ele que colocou o médico Roger Abdelmassih em liberdade. "Cúmplice?", escreveu ela sob uma foto do magistrado. A Justiça considerou que ela extrapolou os limites da liberdade de expressão.

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