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    CPI da JBS quer prever quarentena a procuradores

    TALITA FERNANDES
    DE BRASÍLIA

    20/09/2017 02h00

    Mauro Pimentel/Folhapress
    RIO DE JANEIRO, RJ, 08.09.2017: - O ex-procurador da republica Marcelo Miller chega para prestar depoimento para Operação Lava Jato na Procuradoria Regional da República da 2ª região, no Centro do Rio. (Foto: Mauro Pimentel/Folhapress, FSP-FOTO) ***EXCLUSIVO FOLHA***
    Marcelo Miller, procurador que deixou o Ministério Público em abril

    O presidente da CPI da JBS, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), afirma que um dos resultados da comissão deverá ser uma proposta de lei que preveja a obrigatoriedade de quarentena para procuradores que deixarem o Ministério Público.

    Ele cita o caso Marcello Miller. O procurador deixou a instituição em 5 de abril e passou em seguida a atuar no escritório que auxiliou os irmãos Batista a assinar acordo de delação do grupo JBS com a Procuradoria. Miller é suspeito de ter orientado os irmãos Batista, enquanto ainda ocupava o cargo de procurador, a fechar delação.

    "Não tenho dúvida de que a conclusão dos trabalhos dessa CPI vai culminar com propostas legislativas. Por exemplo da criação de uma quarentena. Temos que aprovar um projeto imediatamente", disse.

    O presidente da comissão também lança dúvida sobre a conduta do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) sobre a fiscalização das empresas do grupo JBS.

    Segundo Ataídes, dirigentes e ex-dirigentes desses órgãos devem ser chamados a prestar esclarecimentos.

    "Dificilmente essas duas entidades não viram o que estava acontecendo. Eles poderiam ter evitado essa catástrofe", afirma o senador. "Esse monopólio da carne estava muito claro", disse.

    O tucano nega que a comissão será esvaziada, mesmo depois de três senadores terem saído do colegiado já na segunda sessão.

    Ele diz ainda que a oitiva de procuradores é fundamental para o andamento da comissão, mas nega que o ex-procurador-geral Rodrigo Janot vá ser convocado. Por se tratar de autoridade, deve ser feito apenas um "convite".

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