O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), sancionou nesta terça-feira (19) uma lei que batiza uma rua da capital baiana com o nome do ex-deputado federal João Agripino da Costa Doria Neto, pai do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB).

A homenagem marca mais um episódio de aproximação entre os prefeitos de Salvador e de São Paulo com vistas às eleições de 2018.

Nesta quarta-feira (20), a Folha revelou que ACM Neto tem sinalizado a aliados que apoia a postulação de João Doria à disputa como presidenciável no ano que vem.

Em agosto, o tucano já havia sido homenageado pela Câmara Municipal de Salvador com o título de cidadão soteropolitano. Na ocasião, foi recebido com protestos e atingido por ovos arremessados por militantes do PT e do PSOL.

O projeto que dá o nome de Doria pai a uma rua de Salvador é do vereador Tiago Correia (PSDB), um dos aliados mais próximos do prefeito ACM Neto.

Na justificativa do projeto, o vereador destacou a atuação política do pai de João Doria, que foi deputado federal pela Bahia entre 1962 e 1964, quando foi cassado pelo regime militar.

Destacou ainda que Doria pai também fez carreira como publicitário, sendo o criador do Dia dos Namorados no Brasil e atuando em campanhas políticas.

A rua que ganhará o nome de João Doria fica no bairro da Graça, área nobre de Salvador. A travessa tem cerca de 650 m de extensão e liga a avenida Reitor Miguel Calmon à rua Conde Filho.

Foi exatamente nesse trecho que, em 2001, a Polícia Militar da Bahia entrou em confronto com estudantes que protestavam pela cassação do então senador Antônio Carlos Magalhães (1927-2007), avô do atual prefeito de Salvador, acusado de violar o sigilo do painel eletrônico do Senado.

Na época, o episódio ganhou repercussão nacional pela violência da polícia contra os manifestantes, que foram atingidos por cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo. Duas semanas após o protesto, ACM renunciou ao mandato.

O pai do atual prefeito da capital paulista também tem uma via com seu nome em São Paulo.

A avenida João Doria fica no Itaim Bibi e ganhou a denominação em 2004, quando a então prefeita Marta Suplicy (à época no PT) sancionou lei de autoria do tucano Ricardo Montoro aprovada na Câmara Municipal.