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    PUC concede diplomas a alunos mortos pela ditadura

    DE SÃO PAULO

    20/09/2017 15h06

    Divulgação
    A reitora da PUC-SP Maria Amalia Pie Abib Andery (no centro) durante cerimônia em homenagem a alunos mortos pela ditadura, no Tucarena
    A reitora da PUC-SP Maria Amalia Pie Abib Andery (no centro) durante cerimônia em homenagem a alunos mortos pela ditadura, no Tucarena

    A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo diplomou na última segunda (18) cinco estudantes da instituição mortos ou desaparecidos pela ditadura militar.

    O ato faz parte de uma programação especial desta semana que relembra a invasão da PUC-SP pelas forças do regime militar há 40 anos, em 22 de setembro de 1977.

    Foram homenageados os alunos Carlos Eduardo Pires Fleury (1945-1971, curso de direito), Cilon Cunha Brum (1946-1974, economia), José Wilson Lessa Sabbag (1943-1969, direito), Luiz Almeida Araújo (1943-1971, ciências sociais) e Maria Augusta Thomaz (1947-1973, filosofia). Os diplomas foram entregues a parentes dos ex-estudantes.

    Os corpos de Cilon, Luiz e Maria Augusta nunca foram localizados.

    "Hoje homenageamos nossos estudantes mortos, nossa universidade e todos aqueles que nesses anos acreditaram que o mundo pode ser melhor e fazemos dessas homenagens um ato público porque sabemos que o mundo nunca está pronto e precisamos seguir lutando", afirmou a reitora da PUC-SP, Maria Amalia Pie Abib Andery, na cerimônia.

    "As mortes de nossos estudantes não foram em vão. A invasão de nossa universidade nos fortaleceu e nos deu o futuro", também disse a reitora.

    Em 22 de setembro de 1977, cerca de 2.000 estudantes participavam de um ato público na PUC, no qual se tentava reorganizar a UNE (União Nacional dos Estudantes), então na ilegalidade.

    Por volta das 21h50 daquele dia, policiais invadiram o local,

    A tropa lançou bombas e investiu com violência contra os estudantes, professores e funcionários.

    A ação policial resultou na detenção de 854 pessoas, levadas ao Batalhão Tobias de Aguiar, das quais 92 foram fichadas no Deops (Departamento de Ordem Política e Social) e 42 acabaram sendo processadas com base na Lei de Segurança Nacional, acusadas de subversão.

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