• Poder

    Saturday, 27-Apr-2024 03:00:31 -03

    Maia acusa ministros de Temer de querer enfraquecer o DEM

    GUSTAVO URIBE
    TALITA FERNANDES
    DANIEL CARVALHO
    ANGELA BOLDRINI
    DE BRASÍLIA

    20/09/2017 21h54 - Atualizado às 22h05

    Gabriel Cabral/Folhapress
    No lugar de Temer, Maia se recusa a assinar aumento de tributo sobre fundos
    O presidente da Câmara Rodrigo Maia

    O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), adotou nesta quarta-feira (20) um discurso de enfrentamento contra o PMDB e auxiliares do presidente Michel Temer.

    Ele acusou o presidente nacional do PMDB, Romero Jucá, e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) de atuarem para enfraquecer e evitar o crescimento do DEM.

    Na saída de jantar na embaixada chilena, Maia disse que alertou Temer nesta quarta-feira (20), em mensagem de celular, sobre o movimento de integrantes de sua equipe e o considerou "grave".

    "Que o PMDB pare de tentar reduzir o crescimento do DEM na Câmara dos Deputados. Isso é uma coisa que alertei o presidente. Isso é muito grave e não ajuda quando o próprio Palácio do Planalto participa dessa operação", disse.

    Na Câmara, após o jantar, Maia disse que a relação entre DEM e PMDB tem parecido a de "adversários" e disse esperar que não vire de "inimigos". "Se é assim que eles querem tratar um aliado, eu não sei o que é ser adversário", disse.

    Maia ficou incomodado com proposta apresentada nesta quarta-feira (20) por Jucá que dificulta a pretensão de partidos de aumentar a janela partidária em 2018, caso do DEM, que pretende filiar dissidentes do PSB.

    Para evitar que siglas engordem seus caixas partidários com a filiação de deputados, a inciativa leva em conta o número de parlamentares em 10 de agosto de 2017 para a distribuição de recursos para a disputa eleitoral.

    O DEM identificou ainda nesta quarta-feira (20) que o PMDB estava assediando o deputado federal Marinaldo Rosendo (PSB-PE), que estava em conversas com o DEM.

    "A gente espera que o PMDB, entendendo tudo que o DEM fez pelo governo até agora, tenha respeito e tire os pés de nossa porta", disse Maia.

    Segundo ele, o DEM não pode "ficar levando facada nas costas" do PMDB, "principalmente dos ministros do Palácio do Planalto e do presidente nacional do PMDB".

    No início deste mês, o PMDB filiou o senador Fernando Coelho (PE), que estava no PSB e negociava ingressar no DEM.

    "Nas últimas semanas, o que a gente tem visto é o contrário, inclusive com a participação do ministro Moreira Franco e do ministro Eliseu Padilha na filiação do senador Fernando Coelho", criticou.

    Maia observou, contudo, que o episódio não afetará seu comportamento em relação à denúncia contra o presidente. "Não vamos misturar as coisas. Cada deputado vai votar com a sua consciência", disse.

    O líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), também a fazer ameaças ao governo de Michel Temer. "O PMDB está construindo muros quando deveria construir pontes. Consequências virão", disse à Folha, sem querer detalhar quais seriam as consequências.

    Quando o PMDB oficializou o convite aos Bezerra Coelho, Efraim já havia dito que "haveria troco".

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024