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    Para Maia, votação de denúncia deve ser finalizada em outubro

    GUSTAVO URIBE
    ANGELA BOLDRINI
    DE BRASÍLIA

    20/09/2017 22h05 - Atualizado às 22h40

    Pedro Ladeira - 13.set.2017/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 13-09-2017, 19h00: Sessão plenária da câmara dos deputados tenta votar a reforma política. O presidente da casa dep. Rodrigo Maia (DEM-RJ) comanda a sessão e o relator da reforma é o dep. Vicente Candido (PT-SP). (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ)

    O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta-feira (20) que a intenção é concluir a votação de denúncia contra o presidente Michel Temer no mês de outubro, com a possibilidade de ocorrer antes do feriado de Nossa Senhora Aparecida.

    Em evento na embaixada chilena em Brasília, o parlamentar disse que a dúvida é se será possível apreciá-la em plenário antes ou depois de 12 de outubro, dependendo do trâmite na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).

    Maia afirmou que a sua intenção é concluí-la o mais rápido possível, mas respeitado o regimento interno da Câmara. Para ele, não é possível que o presidente permaneça denunciado sem que o processo tenha "início, meio e fim".

    "Para o Brasil, é importante que possamos avançar na pauta, já que o assunto atrasou a votação de reformas. E quero deixar claro que não foi culpa da Câmara dos Deputados. Nós não temos responsabilidade pela denúncia", disse.

    Ele disse que, em relação à atual denúncia, evitará fazer comentário para que não seja mal-interpretado pelo Palácio do Planalto. Maia criticou "as bocas que falam demais" na equipe do presidente Michel Temer.

    "Eu vou ficar bem distante desse assunto, não vou emitir opinião. Na primeira denúncia, minha opinião foi mal-interpretada pelo Palácio do Planalto, pelas bocas que falam demais. Agora, terão de mim o silêncio absoluto", disse.

    Nesta quarta-feira (20), a maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu pelo envio à Câmara da denúncia por obstrução judicial e organização criminosa apresentada contra o presidente pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.

    Na Câmara, onde será avaliada a denúncia, os deputados governistas adotaram discurso de que a decisão foi correta e está "dentro do esperado". Eles também afirmam acreditar que o presidente terá maior número de votos contrários à admissão da denúncia do que na primeira acusação apresentada pelo Ministério Público.

    "A decisão do Supremo foi correta, e a base quer liquidar logo o assunto para seguir com a pauta do país", afirmou o deputado Beto Mansur (PRB-SP), um dos principais aliados do governo na Câmara.

    O líder do DEM, Efraim Filho (PB), afirmou que a decisão já estava prevista, e que agora cabe à Câmara "dar o encaminhamento constitucional devido" à denúncia. Apesar de a relação entre seu partido e o PMDB estar estremecida após novas investidas do PMDB sobre deputados do PSB, o parlamentar afirmou que "há revolta, mas isso não precipitará um rompimento com o governo".

    ESTRATÉGIA DO PLANALTO

    Com a decisão, o Palácio do Planalto iniciou articulação para que a nova denúncia seja finalizada antes da última semana de outubro, evitando que a reforma previdenciária seja adiada para o ano que vem.

    O receio é que, caso a mudança nas aposentadorias não comece a ser votada até o início de novembro, não será possível conclui-la neste ano, aumentando o risco de derrota já que 2018 é ano eleitoral.

    A iniciativa precisa ser apreciada em dois turnos na Câmara e no Senado e o quórum parlamentar em dezembro costuma ser baixo.

    Nesta semana, o Palácio do Planalto começou a elaborar o mapa de votação da proposta na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e discute abrir mão do prazo para a defesa para agilizar o processo e concluí-lo, no máximo, em três semanas.

    Em julho, o presidente cogitou promover uma nova reforma ministerial, mas com o cronograma de votações ele decidiu adiá-la para o ano que vem.

    A ideia é aproveitar a saída de pelo menos seis ministros em abril, para a disputa eleitoral, para contemplar a base aliada.

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    Editoria de Arte/Folhapress
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