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    Lava Jato

    Temer escolhe Carnelós para substituir Mariz em sua defesa

    GUSTAVO URIBE
    BRUNO BOGHOSSIAN
    DE BRASÍLIA

    22/09/2017 18h11 - Atualizado às 19h35

    Ueslei Marcelino - 26.jun.2017/Folhapress
    O presidente Michel Temer
    Presidente Michel Temer, que precisou trocar o comando de sua defesa

    O presidente Michel Temer escolheu o advogado criminalista Eduardo Carnelós para substituir Antônio Cláudio Mariz de Oliveira no comando de sua estratégia de defesa diante da nova denuncia apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República).

    O peemedebista se reuniu nesta sexta-feira (22) com o advogado criminalista, na capital paulista, para comunicar a sua escolha. Mariz havia sugerido pelo menos quatro nomes ao presidente para substituí-lo, entre eles o de Carnelós.

    Nesta sexta-feira (22), a coluna Painel antecipou que Mariz deixaria o comando da defesa do presidente. A decisão foi tomada às vésperas do recebimento pela Câmara dos Deputados da nova denúncia contra o presidente.

    A acusação usa diversos trechos da delação premiada de Lúcio Funaro, de quem Mariz já foi advogado, e cita pessoas físicas e jurídicas para as quais ele atuou.

    O afastamento formal de Mariz foi negociado com Temer. No bastidor, ele permanecerá como conselheiro de confiança do presidente.

    Carnelós foi presidente da Associação dos Advogados de São Paulo e do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária do Ministério da Justiça.

    No mês passado, ele publicou artigo na Folha em defesa do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes. Segundo ele, "achincalhar" o ministro "tornou-se o esporte preferido do brasileiro neste momento".

    "Aos que se regozijam com os ataques ao ministro, sugiro que pensem na hipótese de serem acusados da prática de crime. Gostariam, nessa situação, que o juiz respeitasse ou não as garantias constitucionais e o ordenamento jurídico?", questionou.

    GRAVAÇÃO ESCONDIDA

    Carnelós foi apontado como autor de uma gravação feita às escondidas, em 1989, de uma conversa com um advogado ligado ao então vice-prefeito de São Paulo, Luiz Eduardo Greenhalgh (PT).

    Na ocasião, o novo defensor de Temer gravou um diálogo em que José Firmo Ferraz Filho afirma que foi "plantado" por Greenhalgh na empresa Lubeca, suspeita de ser usada para arrecadar dinheiro para a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência.

    Carnelós gravou Ferraz Filho sem o conhecimento de seu interlocutor e, agora, defende Michel Temer em um caso cuja peça central é uma gravação feita às escondidas pelo empresário Joesley Batista. Por conta desse áudio, o Palácio do Planalto já chamou Joesley de "grampeador-geral da República" em mais de uma ocasião.

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