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    Lava Jato

    Cunha ataca delação de Funaro após ter acordo rejeitado pela PGR

    BRUNO BOGHOSSIAN
    DE BRASÍLIA

    25/09/2017 14h36

    Pedro Ladeira - 15.set.2017/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 15-09-2017, 18h00: O ex presidente da câmara dos deputados Eduardo Cunha desembarca do avião da PF no hangar da corporação em Brasília. Ele foi trazido de Curitiba, onde cumpre pena após condenação na operação Lava Jato, para prestar depoimentos à justiça na capital federal. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha desembarca do avião da PF em Brasília

    O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) redigiu uma nota em que ataca a delação premiada do corretor Lúcio Funaro, apontado como antigo operador do parlamentar.

    "Repudio com veemência o conteúdo [dos depoimentos de Funaro]. [Trata-se] de mais uma delação sem provas, que visa a corroborar outras delações também sem provas, onde o delator relata fatos [de] que inclusive não participou e não tinha qualquer possibilidade de acesso a informações", escreveu Cunha.

    O ex-presidente da Câmara diz que as delações premiadas chegaram "ao ponto máximo da desmoralização". "Basta concordar com qualquer coisa que a acusação encomendar para obter infinitos benefícios."

    O movimento de Cunha ocorre no momento em que estão travadas as conversas sobre sua própria delação —que negocia há meses com a PGR (Procuradoria-Geral da República), sem sucesso.

    Os investigadores rejeitaram assinar delações com os dois presos, por entender que a dupla atuava em conjunto e forneceria informações semelhantes, o que não justificaria a concessão de benefícios para ambos.

    A delação premiada de Funaro foi homologada no início de setembro pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Em seus depoimentos, ele afirmou que Cunha distribuiu propina a diversos aliados, entre eles o presidente Michel Temer. O Palácio do Planalto negou as acusações.

    Conforme noticiou a coluna "Painel", Cunha vai acionar a Justiça para tentar anular o acordo de delação de Funaro. Ele alega que trechos de uma proposta de colaboração preparada por ele foram enxertados no acordo do doleiro.

    O principal argumento de Cunha é o de que Funaro não participou de muitos dos fatos relatados e que, portanto, não pode prová-los. Aliados do ex-deputado afirmam que seu principal trunfo pode ser o preenchimento dessa lacuna.

    Cunha garantiu a esses interlocutores que pode provar que Funaro narrou fatos aos quais não tinha acesso suficiente.

    O ex-presidente da Câmara também tenta desqualificar as delações que contaram com a participação do ex-procurador Marcello Miller, suspeito de atuar para a empresa JBS enquanto ainda mantinha vínculos com a PGR.

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