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    Impasses no PSDB e PT afetam xadrez eleitoral em São Paulo

    THAIS BILENKY
    JOELMIR TAVARES
    DE SÃO PAULO

    27/09/2017 02h00

    Jorge Araujo - 13.set.2017/Folhapress
    São Paulo SP Brasil 13 09 2017 PODER Congresso Brasil Competitivo 2017 com tema economia digital, no Hotel Unique, em São Paulo (SP), os ministros da Saúde, Ricardo Barros, da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, da Integração Nacional, Helder Barbalho, o prefeito de São Paulo, João Doria e os governadores Geraldo Alckmin (SP), Paulo Hartung (ES) e Paulo Câmara (PE)..PODER foto Jorge Araujo Folhapress 703
    João Doria e Geraldo Alckmin em evento em São Paulo

    A indefinição das campanhas presidenciais do PSDB e do PT embaralha o xadrez eleitoral no Estado de São Paulo. Os dois partidos trabalham para decidir seus candidatos, e seus principais aliados monitoram o cenário para bater o martelo sobre quem lançarão ou apoiarão ao governo paulista e ao Senado.

    No campo do PSDB, o rumo do prefeito paulistano, João Doria, é decisivo. Caso não saia candidato a presidente, mudará de partido? Disputará o governo? Com essas perguntas em mente, DEM, PSD e PSB rascunham estratégias.

    As três legendas têm nomes para lançar à sucessão de Geraldo Alckmin (PSDB): o secretário Rodrigo Garcia (Habitação), o ministro Gilberto Kassab (Comunicações) e o vice-governador paulista, Márcio França, respectivamente.

    Garcia pediu o apoio do PSDB em jantar na casa de Doria na semana passada, mas líderes do DEM admitem que podem abrir mão da cabeça de chapa se o prefeito decidir disputar o governo.

    A conta é similar à de Kassab, com personagens distintos. Segundo aliados do ministro, ele estaria disposto a negociar a vice, em vez de se lançar candidato a governador, se o senador José Serra (PSDB), seu amigo, concorrer.

    Outra opção seria apoiar o PSDB e se coligar para disputar na chapa o Senado. As conversas com o PMDB nesse sentido estão encaminhadas. A legenda pretende lançar Marta Suplicy à reeleição no Senado e Paulo Skaf ao governo. Mas, internamente, espera-se a definição nacional.

    "Está todo mundo conversando e ninguém se entendendo", diz o ex-governador Luiz Antônio Fleury (PMDB).

    O caso de França é particular. Se Alckmin renunciar para disputar a eleição, o vice assumirá. Nesse caso, só poderá se lançar à reeleição, e ele já admite que o fará.

    Mesmo que para isso não conte com o apoio do PSDB. Isso porque já há três pré-candidatos tucanos: o cientista político Luiz Felipe d'Avila e os secretários estaduais Floriano Pesaro (Desenvolvimento Social) e David Uip (Saúde).

    A incerteza no PSDB se estende à vaga no Senado. Aloysio Nunes disputaria a reeleição, mas seus aliados não descartam a hipótese de Alckmin obter a vaga caso Doria saia candidato a presidente.

    COM OU SEM LULA

    No PT, é a incerteza sobre a candidatura de Lula que lança dúvidas sobre os rumos do partido. O ex-prefeito Fernando Haddad, tido como "plano B" petista caso o ex-presidente seja condenado, sairia do cenário estadual caso fosse escalado para tentar a Presidência. Seu nome é lembrado tanto para o governo quanto para o Senado.

    A hipótese não é admitida publicamente, já que o discurso dos petistas é o de que Lula é o candidato até não poder mais ser, ou seja, só deixa a disputa se for impedido judicialmente. Isso ocorreria caso a segunda instância confirme a sua condenação.

    Até agora, o único interessado a sair para governador que se movimenta é Luiz Marinho, presidente estadual do partido. Ex-prefeito de São Bernardo do Campo, ele já se colocou internamente.

    A Rede espera a definição do PSDB para ver se terá coligação no Estado, já que a possível reorganização dos aliados tucanos pode fazer com que a sigla de Marina Silva se aproxime de algum deles.

    "É difícil falar em coligação porque os partidos orbitam em torno do PSDB", diz José Gustavo Fávaro Barbosa, porta-voz da Rede. "Se houver um racha no partido e, com isso, uma reorganização dos aliados, estamos dispostos a conversar com essas siglas", afirma, referindo-se à disputa entre Doria e Alckmin.

    O PSOL ainda discute um nome para o governo. Primeira mulher do partido eleita para a Câmara de Vereadores da capital, Sâmia Bomfim é vista como competitiva.

    Outra ala defende a ideia de buscar alguém ligado ao universo acadêmico –como o professor da USP Vladimir Safatle, que quase foi o candidato do PSOL a governador do Estado em 2014, e o professor da Unicamp Plínio de Arruda Sampaio Júnior.

    Consenso é que não será lançado para o governo deputado estadual ou federal, mesmo os que teriam potencial de atrair votos, como Luiza Erundina e Carlos Giannazi. Todos os parlamentares devem tentar a reeleição, para reforçar as bancadas da sigla.

    No PDT, o nome mais provável até agora é o do ex-deputado federal Gabriel Chalita. "Ele quer ser candidato a [cargo] majoritário, mas a decisão final vai depender das alianças", diz Carlos Lupi, presidente estadual do partido.

    A condição, segundo ele, é que coligações não impeçam o palanque no Estado para seu candidato a presidente, Ciro Gomes. "Essa é nossa prioridade", afirma Lupi.

    *

    URNA PAULISTA
    Veja movimentação dos partidos e prováveis candidatos em São Paulo ao governo do Estado e ao Senado

    PT

    GOVERNO

    URNA PAULISTAGabriel Chalita

    Luiz Marinho é o único que colocou candidatura e tem se articulado. Fernando Haddad é cotado, mas ainda surge como "plano B" de Lula, caso o ex-presidente fique impedido, e como opção para o Senado

    SENADO

    URNA PAULISTAEduardo Suplicy

    Eduardo Suplicy
    Senador por 24 anos, sonha em voltar. Jilmar Tatto quer concorrer para se tornar mais conhecido e tentar ser prefeito de SP em 2020

    -

    PDT

    GOVERNO

    URNA PAULISTA

    Gabriel Chalita
    Ex-secretário municipal e estadual de Educação, é hoje o nome mais forte do partido para disputar o governo, mas candidatura ao Senado não é descartada

    SENADO

    URNA PAULISTAAntônio Neto

    Antônio Neto
    Recém-filiado à sigla, vindo do PMDB, é presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB)

    -

    Rede

    GOVERNO

    URNA PAULISTAAlexandre Zeitune

    Alexandre Zeitune
    Vice-prefeito de Guarulhos, é uma das principais lideranças do partido no Estado

    SENADO

    URNA PAULISTAEduardo Rombauer

    Eduardo Rombauer
    Um dos fundadores da Rede no Estado, tem experiência com movimentos sociais e está envolvido com grupos que buscam renovação política

    -

    PSOL

    GOVERNO

    URNA PAULISTASâmia Bomfim

    Sâmia Bomfim
    Primeira mulher eleita pelo PSOL para a Câmara da capital, vereadora atrai apoio da juventude com pautas como feminismo e direitos humanos

    SENADO
    A definir

    -

    PSDB

    GOVERNO

    URNA PAULISTALuiz Felipe d'Avila

    Oficializaram a pré-candidatura: o cientista político Luiz Felipe d'Avila e os secretários estaduais Floriano Pesaro e David Uip. José Serra é visto como alternativa e uma candidatura de Doria não é totalmente descartada

    SENADO

    URNA PAULISTAAloysio Nunes

    Aloysio Nunes
    Seu mandato termina em 2018, mas ele pode não ser candidato à reeleição se o governador Geraldo Alckmin não conseguir a vaga de presidenciável e decidir disputar o Senado

    -

    PSB

    GOVERNO

    URNA PAULISTAMárcio França

    Márcio França
    Vice de Alckmin vai tentar a reeleição e quer apoio do PSDB, que dificilmente abrirá mão de lançar candidato próprio

    SENADO
    Aberto para coligações

    -

    PSD

    GOVERNO

    URNA PAULISTAGilberto Kassab

    Gilberto Kassab
    O ministro tem disposição para disputar, mas caso José Serra, de quem é amigo, seja o candidato do PSDB, poderia sair a vice

    SENADO

    URNA PAULISTAGilberto Kassab

    Gilberto Kassab
    Caso não dispute o governo estadual, deve ser o nome do PSD

    -

    DEM

    GOVERNO

    URNA PAULISTARodrigo Garcia

    Rodrigo Garcia
    Secretário estadual de Habitação, pediu apoio formalmente ao PSDB e só rediscutiria o pleito caso João Doria disputasse, o que é tido como improvável

    SENADO
    Aberto para coligações

    -

    NOVO

    GOVERNO

    URNA PAULISTAMeyer Joseph Nigri

    Meyer Joseph Nigri
    Empresário da construtora Tecnisa, teve o nome ventilado, mas o partido diz que ainda procura um candidato

    SENADO

    URNA PAULISTAChristian Lohbauer

    Christian Lohbauer
    O cientista político está no processo seletivo interno do partido para a definição das candidaturas

    -

    PMDB

    GOVERNO

    URNA PAULISTAPaulo Skaf

    Paulo Skaf
    Presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), disputou em 2014 e tem intenção de tentar novamente

    SENADO

    URNA PAULISTAMarta Suplicy

    Marta Suplicy
    Candidata derrotada à Prefeitura de São Paulo em 2016, vai tentar renovar seu mandato no Senado

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