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    Lava Jato

    Modelo institucional é defasado, diz Alckmin sobre denúncia contra Temer

    ANGELA BOLDRINI
    DE BRASÍLIA

    02/10/2017 14h44

    O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta segunda-feira (2) que o "modelo institucional" brasileiro é "do tempo do Império" e deve ser revisto.

    O tucano se referia à tramitação de denúncias contra presidentes, como a contra Michel Temer (PMDB) que tramita hoje na Câmara dos Deputados. Segundo o governador, o ideal seria que não fosse necessária a aprovação dos parlamentares para o prosseguimento da acusação, mas também evitar que um presidente investigado seja afastado do cargo.

    "De um lado, no caso do prefeito e do governador não precisa ter autorização para investigar, e não há necessidade disso. E de outro lado não me parece razoável afastar seis meses por causa de uma denúncia", disse.

    "Nosso modelo institucional precisa ser revisto, isso é uma coisa do tempo do Império", afirmou Alckmin, para quem é "pouco provável" que a denúncia apresentada contra o presidente Michel Temer (PMDB) receba o aval para ir adiante.

    O tucano falou à imprensa após reunião com o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, durante visita a Brasília. Mais cedo, ele havia se encontrado com Temer no Planalto e negou que o presidente tenha falado sobre a acusação de obstrução de justiça e organização criminosa.

    Ele, no entanto, afirmou ter dito ao peemedebista que não se envolveria. "Eu reiterei que a mesma postura que tive na primeira votação eu terei agora, isso é um assunto dos deputados, eu acho pouco provável que prospere porque já na primeira denuncia não prosperou", disse.

    Alckmin também elogiou o deputado Bonifácio de Andrada (MG), seu correligionário, aliado do presidente escolhido para relatar a denúncia.

    "É professor de direito constitucional, respeitado, uma pessoa séria. É uma questão de foro íntimo: se ele quiser relatar, relate".

    AGÊNCIA DE INTELIGÊNCIA

    O governador afirmou ter tratado com o presidente a respeito da criação de uma agência de inteligência integrada entre os Estados e a União.

    A proposta, disse, seria do atual ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, na época em que comandou a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo.

    Segundo o tucano, a ideia seria unir agentes das polícias estaduais com policiais federais, policiais rodoviários federais, agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) para formar uma agência voltada ao combate ao tráfico de armas e drogas, principalmente nas fronteiras.

    O tucano afirmou ainda ter pedido ao governo federal que liberasse verba para a construção do trecho norte do Rodoanel.

    "O presidente disse que iria verificar e nós insistimos porque já estamos em outubro e só foram liberados R$ 87 milhões", disse.

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