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    Na Itália, Doria e prefeito de Milão defendem extradição de Battisti

    GIULIANA MIRANDA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM MILÃO

    13/10/2017 09h52 - Atualizado às 11h39

    Os prefeitos João Doria (PSDB), de São Paulo, e Giuseppe Sala, de Milão, defenderam nesta sexta-feira (13) a extradição de Cesare Battisti de volta para a Itália.

    "Quando digo que a extradição tem de ser o mais rápido possível, é porque as declarações dele são tolas [Battisti disse que seria morto se voltasse à Itália]. Elas me deixaram ainda mais perplexo", disse Sala.

    As declarações foram feitas ao lado de Doria, que está em visita a Milão.

    "Temos uma visão comum [Sala e Doria] sobre isso, mas cabe ao governo brasileiro. Torço para que a extradição seja feita em breve", disse prefeito italiano.

    O tucano se reuniu com Sala na sede da prefeitura da cidade italiana, onde discutiram um protocolo de intenções de cooperação entre Milão e São Paulo.

    Ao fim do encontro, a dupla conversou com jornalistas brasileiros e italianos. João Doria, que morou e estudou na Itália na juventude, conversou em italiano fluente com a imprensa internacional.

    O prefeito paulista reforçou sua posição pela extradição do italiano.

    "Battisti precisa ser extraditado e responder aqui na Itália pelo processo pelo qual foi condenado", disse o tucano.

    Na quarta-feira (11), o presidente do Brasil, Michel Temer, decidiu revogar a condição de refugiado de Battisti e extraditá-lo caso o STF (Supremo Tribunal Federal) não conceda um habeas corpus preventivo a ele.

    A decisão teve grande repercussão na Itália, onde há pressão pela extradição de Battisti.

    Em sua casa em Cananeia, no litoral paulista, Battisti disse à Folha que está do lado da razão e que a fuga não é uma de suas armas de defesa.

    Acusado de terrorismo e condenado à prisão perpétua por assassinato pela Justiça italiana, Battisti fugiu para o Brasil em 2004, onde, três anos depois, chegou a receber refúgio político. Ele nega a acusação.

    ELEIÇÕES

    O prefeito de São Paulo comparou o percurso para as eleições de 2018 a uma corrida de longa distância.

    "Nós estamos numa corrida que não é de cem metros, é uma maratona. Nós estamos a um ano da eleição. Maratona se disputa metro a metro, não é uma prova de velocidade", comentou.

    "O PSDB, o meu partido, estará presente na corrida eleitoral, com certeza. E na condição de favorito. Quem achar que a corrida é de cem metros rasos, com certeza vai cansar antes do tempo", completou.

    Antes de um encontro com empresários italianos, Doria aproveitou para negar os rumores de que o DEM teria se desanimado com sua eventual candidatura à Presidência.

    "Eu nunca me anunciei como candidato do DEM, nem que iria para o DEM. Portanto a notícia de que o DEM poderia ter um sentimento diferente do que teve antes, não faz diferença. A não ser pelo respeito que eu tenho pelo DEM", completou.

    Doria aproveitou para reforçar a aliança tucana com a legenda.

    "O DEM é um aliado histórico do PSDB e o PSDB é um aliado histórico do DEM. Portanto eu entendo que os dois partidos devam estar juntos nesta eleição. Eu não vejo distanciamento."

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