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    Lava Jato

    Funaro diz que recebeu na Suíça R$ 12 milhões para Picciani; assista

    DO RIO

    13/10/2017 19h55

    Cunha

    Funaro fala de Cunha e Picciani

    O operador financeiro Lúcio Funaro afirmou emdepoimento à Procuradoria-Geral da República que recebeu 5 milhões de francos suíços em 2014 a pedido do ex-deputado Eduardo Cunha para financiar campanha de candidatos a deputado do PMDB do Rio.

    Funaro disse que foi informado por Cunha de que o repasse fora acertado entre o presidente regional da sigla, Jorge Picciani (PMDB-RJ), e o empresário Jacob Barata Filho.

    "Ele disse: 'Esse dinheiro é do Jacob Barata. É um dinheiro que ele acertou com o Picciani de doação de campanha. Vai ser usado, se não me engano, metade para campanha de deputados federais, e metade para a campanha de deputados estaduais do PMDB do RJ'", declarou ele a procuradores.

    O que diz Funaro
    Trechos do depoimento à PGR

    A Folha teve acesso à gravação em vídeo do depoimento prestado por Funaro à PGR no dia 23 de agosto deste ano. O acordo de colaboração foi homologado pelo ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal).

    Funaro declarou ter recebido o dinheiro no banco suíço Audi –naquele ano, os 5 milhões de francos suíços valiam, ao menos, R$ 12 milhões. O operador disse que Cunha o orientou a converter os valores em reais em espécie, a serem entregues "na medida do possível".

    "Entreguei 99% do dinheiro para ele [Eduardo Cunha] e uma vez só foi feita para uma pessoa em nome do Picciani no meu escritório em São Paulo. Essa pessoa se apresentou como Milton", disse Funaro.

    OUTRO LADO

    Picciani afirmou, em nota, que a declaração é "uma mentira".

    "Não conheço o Sr. Lúcio Funaro. Nunca sequer o vi. Se em sua delação, ele afirma isso, ele mente. É um desqualificado e mentiroso. Não tenho operador nem assessor de nome Milton. Nunca recebi nada do deputado Eduardo Cunha, em momento algum", declarou.

    A defesa de Jacob Barata Filho afirmou, em nota, que "que é falsa e caluniosa a história alegadamente narrada pelo delator". Ela também disse repudiar "os boatos sobre depoimentos cuja existência ou eventual teor é desconhecido da defesa".

    A defesa de Eduardo Cunha não foi localizada para comentar o depoimento.

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