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    Planalto diz que Temer não contradiz regras de segurança ao utilizar e-mail e celular

    MARINA DIAS
    DE BRASÍLIA

    18/10/2017 17h23

    O Palácio do Planalto informou que o uso de aparelhos convencionais de celular e contas de e-mail no Gmail pelo presidente Michel Temer não contrariam as normas de segurança da Presidência da República.

    O GSI (Gabinete de Segurança Institucional) disponibiliza a Temer um telefone criptografado, na mesa de seu gabinete, com tecnologia desenvolvida pela Abin (Agência de Segurança de Inteligência), mas o presidente prefere continuar fazendo uso de linhas pessoais, como noticiou o jornal "O Globo".

    Segundo a assessoria de comunicação do Planalto, Temer trocou os dois números que utilizava depois que os dados foram publicados pelo site oficial da Câmara dos Deputados.

    Os contatos estavam registrados em um aparelho do ex-ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), hoje preso pela Lava Jato, e foram divulgados no site da Câmara, junto com vídeos da delação do operador Lúcio Funaro, que implica diretamente Temer. A Casa votará a segunda denúncia contra o presidente este mês.

    CONTA GMAIL

    O Planalto informou também que Temer utiliza "prioritariamente" contas de e-mail da Presidência da República, mas que, "em caos de limitações técnicas", faz uso de e-mail privado.

    O site da Câmara mostrou que o presidente utiliza e-mail hospedado no Gmail, da Google, mantido desde quando era vice-presidente do governo Dilma Rousseff. A informação também está disponível no celular apreendido de Geddel.

    Temer utiliza a conta para se comunicar com aliados, inclusive com Geddel, antes deste ser preso suspeito de ser o dono de R$ 51 milhões apreendidos em um apartamento em Salvador (BA).

    O uso de servidores privados causou uma das maiores crises da campanha da democrata Hillary Clinton à Presidência dos Estados Unidos no ano passado.

    Quando foi secretária de Estado, de 2009 a 2013, Hillary dispensou o e-mail oficial e, "por conveniência", segundo ela própria, usou servidores pessoais.

    Parte do conteúdo ou já era classificado –como supersecreto, por exemplo– ou foi colocado desta maneira em seguida.

    Portanto, ao usar um servidor privado, Hillary no mínimo teria posto em risco segurança nacional, ficando vulnerável, por exemplo, a ataques de hackers.

    O episódio foi utilizado contra Hillary durante a campanha pelo então candidato republicano, Donald Trump.

    O FBI, política federal americana, chegou a investigar o caso e, por fim, disse que não recomendaria o indiciamento da democrata, embora a tenha acusado de ser "extremamente descuidada".

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