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    Manter mandato de Aécio não implica juízo sobre seus atos, diz PSDB

    TALITA FERNANDES
    DE BRASÍLIA

    18/10/2017 18h17

    Mateus Bonomi/Folhapress
    O senador Aécio Neves (PSDB-MG) volta ao Senado após suspensão
    O senador Aécio Neves (PSDB-MG) volta ao Senado após suspensão

    A executiva nacional do PSDB divulgou nota na tarde desta quarta-feira (18) dizendo que os votos da bancada em favor de Aécio Neves (MG) "não implica de forma nenhuma em um juízo de valor sobre as atitudes do senador".

    De acordo com a mensagem, os dez votos de tucanos favoráveis à reversão das cautelares impostas a Aécio devem-se "única e exclusivamente à nossa convicção de que todo e qualquer cidadão tem direito à ampla defesa e ao contraditório, princípios básicos do Estado Democrático de Direito".

    O texto diz ainda que a decisão de modificar a determinação da Justiça "muito menos pode ser entendida como parte de qualquer acordo relacionado à votação da denúncia contra o presidente da República na Câmara dos Deputados".

    Além desse trecho da nota, o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), negou que o partido vá retribuir na Câmara o apoio dado pelo PMDB ao 18 senadores da sigla terem votado na terça (17) em favor de Aécio.

    A Câmara começou a analisar nesta quarta um parecer sobre a denúncia contra o presidente Michel Temer pelos crimes de obstrução da Justiça e organização criminosa.

    O plenário do Senado derrubou na noite de terça (17) - por 44 votos a 26 - a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que afastava Aécio do mandato e o proibia de deixar sua residência no período da noite.

    Ele é acusado pelo Ministério Público Federal pelos crimes de corrupção passiva e obstrução da Justiça. Em março, ele foi gravado pelo empresário Joesley Batista, da JBS, a quem pediu R$ 2 milhões.

    Ainda no texto, o PSDB disse que "reafirma seu compromisso contra a impunidade, defendendo a ampla investigação de toda e qualquer denúncia devidamente fundamentada contra quem quer que seja, inclusive membros do partido, assegurados todos os direitos e garantias processuais, corolários da igualdade de todos perante a lei".

    A mensagem divulgada pelo comando nacional da sigla acontece num momento em que uma ala do PSDB pede que Aécio renuncie definitivamente à presidência do partido. Ele está licenciado do cargo desde maio deste ano, quando foi afastado pela primeira vez do mandato pelo Supremo.

    Mais cedo, Tasso disse que Aécio "não tem condições" de presidir o PSDB e que ele deveria tomar a decisão de renunciar ao cargo.

    O presidente interino disse ainda que, com o mandato recuperado, o senador mineiro terá conduções de dar explicações sobre as acusações que pesam contra ele.

    "É importante que tenha o Conselho de Ética, que é o fórum para ele se defender", disse Tasso ao ser questionado se Aécio deveria responder às acusações em comissão do Senado.

    O tucano defendeu ainda que as investigações que correm na Justiça tenham sequência.

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