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    Lava Jato

    Ministros do TCU que julgam JBS ficaram na ilha de Joesley, diz revista

    DE SÃO PAULO

    21/10/2017 12h38 - Atualizado às 13h04

    Sérgio Lima - 7.set.2017/AFP
    Joesley Batista, dono e presidente da JBS, o maior embalador de carnes do mundo, chega ao aeroporto depois de falar como testemunha do procurador-geral do Brasil, Rodrigo Jano, em Brasília, em 7 de setembro de 2017. Testemunho dos executivos da indústria de carnes, que dizem que administraram um enorme suborno rede, está no cerne do caso contra o presidente brasileiro Michel Temer
    O executivo Joesley Batista, dono da JBS

    Dois ministros do TCU (Tribunal de Contas da União) que vão analisar a legalidade de empréstimos de mais de R$ 10 bilhões ao grupo J&F passaram um fim de semana na ilha de Joesley Batista, em Angra dos Reis, no litoral sul do Rio de Janeiro. Os ministros são Vital do Rêgo e Bruno Dantas.

    Na delação da JBS, que faz parte do grupo J&F, Vital do Rêgo é citado como beneficiário de uma propina de R$ 8 milhões. Ele também aparece na delação de Delcídio do Amaral, da Andrade Gutierrez, Odebrecht e UTC como recebedor de suborno.

    A informação sobre a viagem que fizeram à mansão de Joesley é da revista "Veja" que começou a circular nesta sexta-feira (20).

    A viagem à ilha de Joesley ocorreu em junho de 2016, quando o Tribunal de Contas já considerava suspeitos os empréstimos do BNDES ao grupo J&F. Em uma das operações, o TCU apontou um prejuízo de R$ 300 milhões para os cofres públicos.

    O BNDES não fez só empréstimos às empresas de Joesley. O banco público também comprou ações do grupo, ou seja, é sócio dos irmãos Batista.

    Os dois ministros viajaram com suas mulheres e passaram o fim de semana entre a mansão e o iate de Joesley, uma embarcação de 30 metros de comprimento, três andares e quatro quartos.

    Em resposta à reportagem, o ministro Dantas negou que tenha beneficiado o grupo J&F nos julgamentos do TCU. Ele frisou que votou a favor do prosseguimento de uma apuração sobre as empresas do grupo J&F.

    Vital do Rêgo não quis se manifestar.

    Ele é alvo de dois inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal. O primeiro, de junho de 2016, apura a suspeita de que a UTC subornou o Vital do Rêgo quando ele era senador pelo PMDB da Paraíba e presidia a CPMI da Petrobras, de 2014. Segundo delatores, Vital do Rêgo cobrava propina para não convocar empreiteiros.

    O outro inquérito é de abril deste ano e foi aberto a partir do relato da Odebrecht, de que pagou R$ 350 mil a Vital do Rêgo por determinação do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, que foi indicado ao cargo pelo partido do ex-senador, o PMDB.

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