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    'Fofocagem', diz Gilmar Mendes sobre divulgação das ligações para Aécio

    FERNANDA WENZEL
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PORTO ALEGRE

    23/10/2017 17h07 - Atualizado às 19h07

    Luiz Chaves/Governo RS
    O ministro Gilmar Mendes, em encontro com o governador gaúcho José Ivo Sartori (PMDB), em 23/10
    Gilmar Mendes, em encontro com o governador gaúcho José Ivo Sartori (PMDB), nesta segunda (23)

    O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, chamou de "assanhamento" a divulgação do relatório da Polícia Federal que continha o número de ligações feitas entre ele e o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

    Em entrevista nesta segunda-feira (23) em Porto Alegre, Gilmar disse ser ilegal a divulgação de interceptações que não sejam úteis ao processo, e criticou o que chamou de "fofocagem no plano das instituições".

    "É um certo assanhamento, uma certa irresponsabilidade, só que feita não por ativistas, mas por gente que tem responsabilidade institucional: delegado, ministro, juiz... isso não pode se fazer. Isso é abuso de autoridade."

    O relatório da Polícia Federal, tornado público pelo STF, revelou que 46 ligações foram realizadas via WhatsApp entre os telefones de Aécio Neves e Gilmar Mendes, de fevereiro a maio de 2017. Uma das ligações aconteceu no dia em que Gilmar deu uma decisão favorável ao tucano.

    BATTISTI

    Durante a passagem por Porto Alegre, Gilmar também falou sobre a possibilidade de revisão da extradição de Cesare Battisti, que vai a julgamento nesta terça-feira (24) na Primeira Turma do STF.

    O Supremo vai julgar uma liminar que concedeu um habeas corpus ao italiano, impedindo sua extradição. Para Gilmar Mendes, o caso deve ser remetido ao plenário do Supremo.

    "Entendo que como é ato do presidente, é um habeas corpus inicialmente preventivo, a matéria, segundo o artigo 6º do regimento interno do Supremo, tem que ser decidida pelo Plenário do STF. Haveria outras razões. A própria questão foi resolvida pelo Plenário do Supremo. Não pode a Turma agora se sobrepor."

    Em 2009, o STF decidiu pela extradição de Battisti, com voto favorável de Gilmar Mendes. Mas na ocasião o Supremo também decidiu que caberia ao presidente da República acatar ou não a decisão.

    No último dia de mandato, Lula negou o pedido de extradição do governo italiano. Agora o presidente Michel Temer está disposto a rever o posicionamento do Brasil.

    Gilmar Mendes também voltou a elogiar a portaria do trabalho escravo, que segundo ele garante "maior segurança jurídica a todos que trabalham". O ministro reforçou que existem alguns exageros na legislação, a ponto de "você ter que se perguntar se o seu empregado em casa não está em condições análogas ao trabalho escravo".

    Gilmar Mendes esteve com o governador gaúcho, José Ivo Sartori (PMDB), para a assinatura de um convênio de compartilhamento de dados biométricos com a Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul.

    A agenda contou também com uma reunião no Tribunal Regional Eleitoral, onde um grupo de 20 representantes do Sindicado dos Trabalhadores do Judiciário Federal protestou contra o fechamento de oito zonas eleitorais no Estado.

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