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    Lava Jato

    Oposição diz que buscará adiar votação da denúncia contra Temer

    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    24/10/2017 12h21

    Após reunião na manhã desta terça-feira (24), líderes dos principais partidos de oposição afirmaram que vão trabalhar para tentar adiar a votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, marcada para esta quarta-feira (25).

    A intenção de PT, PDT, PSB e PC do B é, diferentemente da análise da primeira denúncia, não registrar presença na sessão com objetivo de derrubá-la por falta de quorum.

    Embora não tenham participado do encontro, Rede e PSOL tendem a adotar essa posição.

    Para que a votação seja iniciada é preciso que pelo menos 342 dos 513 deputados registrem presença. Embora a oposição, sozinha, não tenha número para barrar a sessão, ela conta com dissidentes da base governista. Na análise da primeira denúncia, por exemplo, Temer teve o apoio de apenas 263 deputados, ante uma base governista formal de cerca de 350 parlamentares.

    "Há dois fatores que, unidos, podem resultar no adiamento da votação: a nossa intenção de não registrar presença e o desejo de parte da base governista de manter aberto o balcão de negócios", afirmou o deputado Henrique Fontana (PT-RS).

    Nas últimas semanas, parte da base de Temer tem pressionado pela liberação de verbas, cargos federais e outras benesses da máquina pública federal.

    O líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (PT-SP), disse que a oposição fará "um esforço muito grande de mobilização ao contrário", no sentido de esvaziar a sessão.

    O objetivo dos oposicionistas é estender ao máximo o desgaste do governo, já que eles não contam com voto suficiente para fazer prosperar a denúncia por obstrução da Justiça e organização criminosa feita pela Procuradoria-Geral da República (342). Embora tampouco esteja em situação confortável, o governo diz ter pelo menos 240 votos para barrar a denúncia –o Palácio precisa do apoio de pelo menos 171 deputados.

    Ciente da intenção da oposição, governistas têm mobilizado parlamentares da base a registrar a presença e atingir o número de 342 –a alguns não é pedido nem o voto favorável, apenas o registro de presença.

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