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    Temer tem alta de hospital em Brasília e diz estar 'inteiro'

    DE BRASÍLIA
    DA COLUNISTA DA FOLHA

    25/10/2017 20h15 - Atualizado às 22h03

    Mateus Bonomi/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 25-10-2017, 20h: Michel Temer, Presidente da República, recebe alta no para o Hospital Militar de Brasília. (Foto: Mateus Bonomi/Folhapress, PODER)
    Michel Temer, ao deixar o hospital no Distrito Federal, nesta quarta-feira (25)

    O presidente Michel Temer, 77, recebeu alta do hospital do Exército pouco depois das 20h desta quarta-feira (25). Ele foi internado no início da tarde e passou por um procedimento emergencial de desobstrução do canal da bexiga.

    Ao deixar o hospital, o presidente fez sinal positivo e disse estar "inteiro". Duas horas depois, publicou em uma rede social a seguinte mensagem: "Boa noite! Hoje tive um desconforto e fui submetido a uma série de exames. Estou bem. A orientação médica foi para que eu fique em repouso pelos próximos dias."

    Temer

    Temer estava no Palácio do Planalto desde as 9h, acompanhando a votação da denúncia que tramitava contra ele na Câmara. No final da manhã sentiu dores e dificuldade para urinar. Passou pelo serviço médico do próprio Planalto e, de lá, foi encaminhado ao hospital do Exército, onde deu entrada às 12h50.

    Auxiliares do presidente disseram que ele chegou ao local de carro e entrou caminhando sozinho, sem auxílio.

    O Exército fez a segurança do hospital durante a estada de Temer e fechou a rua que dá acesso à frente da unidade.

    Segundo nota divulgada à imprensa, o peemedebista foi submetido a uma "sondagem vesical de alívio por vídeo" –ou seja, um procedimento para esvaziamento da bexiga.

    Questionado pela Folha, o Planalto confirmou que o presidente foi sedado para a sondagem. De acordo com médicos ouvidos pela reportagem, a sedação é normal para a realização do procedimento.

    Ao deixar o hospital, o presidente seguiu para o Palácio do Jaburu.

    Prostata temer

    Em nota, a Presidência da República informou que "ele passa bem e, seguindo orientação médica, irá repousar em casa".

    A primeira-dama, Marcela Temer, chegou ao hospital por volta das 17h e foi a única a entrar no quarto do presidente.

    Até o meio da tarde, cogitava-se a transferência de Temer para São Paulo, onde está baseado seu médico, o cardiologista Roberto Kalil Filho, do Hospital Sírio Libanês.

    Ele foi avisado do mal-estar do presidente e estava em contato com a equipe médica do hospital do Exército onde Temer realizou exames para determinar a causa da obstrução e a necessidade ou não de realização de um procedimento cirúrgico.

    Além de Marcela, também foram ao hospital o senador Raimundo Lira (PMDB-PB) e o deputado Sinval Malheiros (PODE-SP), que disse ter conversado com a equipe médica local e afirmou aos jornalistas que o presidente passava bem. Os dois não tiveram acesso ao quarto presidencial.

    Uma das possibilidades, bastante provável levando-se em conta a idade de Temer, é que o presidente tenha sofrido uma hiperplasia (crescimento) da próstata, que causa obstrução da uretra.

    A obstrução urológica não tem relação com a obstrução parcial de uma artéria coronária, que foi constatada em Temer há duas semanas.

    DENÚNCIA

    Antes da ida ao hospital, Temer cumpria agenda de encontros com parlamentares na manhã da votação da peça do Ministério Público Federal que o acusa de obstrução de Justiça e organização criminosa.

    Pela manhã, reuniu-se com os deputados Caio Nárcio (PSDB-MG), Ademir Camilo (PODE-MG), Aluísio Mendes (PODE-MA), Jozi Araújo (PODE-AP) e Malheiros.

    Também encontrou os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral), Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional), e Maurício Quintella (Transportes), atualmente licenciado para a votação no plenário.

    Segundo assessores, Temer assistiu pela televisão, do gabinete, apenas a parte da fala do relator, Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), e a de seu advogado, Eduardo Carnelós.

    O peemedebista estava comandando pessoalmente a negociação para ampliar o placar pela suspensão da denúncia.

    Na terça-feira (24), participou de jantar na casa do vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (PMDB-MG), onde discursou por dez minutos para deputados e ministros.

    Antes disso, na segunda (23), reuniu-se no Alvorada com lideranças do governo para contar deputado por deputado possíveis traições e alterações nos votos da base.

    (ANGELA BOLDRINI, REYNALDO TUROLLO JR., MARINA DIAS, DANIEL CARVALHO, BRUNO BOGHOSSIAN E MÔNICA BERGAMO)

    *

    Leia a íntegra da nota do Palácio do Planalto:

    O presidente Michel Temer teve alta após as 20 horas. Ele passa bem e, seguindo orientação médica, irá repousar em casa.

    Na tarde de hoje, o presidente foi submetido a uma sondagem vesical de alívio por vídeo, no Hospital do Exército, após apresentar desconforto no fim da manhã.

    Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República

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