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    PF prende assessores de Henrique Eduardo Alves durante operação

    FÁBIO FABRINI
    CAMILA MATTOSO
    BRASÍLIA

    26/10/2017 07h37 - Atualizado às 12h19

    Três pessoas foram presas nesta quinta-feira (26) durante uma operação da Polícia Federal no Rio Grande do Norte. A polícia também cumpriu mandado de busca e apreensão no Ministério do Turismo, em Brasília.

    A ação faz parte da Operação Lavat, que investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro.

    Entre os alvos estão ex-assessores do ex-presidente da Câmara e ex-titular do Turismo Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), atualmente preso pela Lava Jato.

    A investida é um desdobramento de outra operação, a Manus, deflagrada em junho deste ano, para apurar possíveis desvios de obras e serviços públicos executados no Rio Grande do Norte para Alves.

    No material apreendido na ocasião, segundo a PF, foram identificadas evidências quanto à atuação de outras pessoas pertencentes a organização criminosa, que continuou praticando crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de valores para o chefe do grupo.

    Foi também levantado que a organização fraudava licitações em diversos municípios do Rio Grande do Norte, visando obter contratos públicos que, somados, alcançam cerca de R$ 5,5 milhões para alimentar a campanha ao governo do Estado de 2014. Na ocasião, Alves foi candidato, mas perdeu.

    A PF cumpriu 22 mandados de busca e apreensão, três de prisão temporária e dois de condução coercitiva no RN e em Brasília.

    A Folha apurou que os alvos de pedidos de prisão são Aluísio Henrique Dutra de Almeida, José Geraldo Moura Fonseca Júnior e Norton Domingues Masera, ex-assessores de Alves. Todos foram presos.

    Um dos alvos, Masera é atualmente chefe da Assessoria Parlamentar do Turismo.

    Os alvos das coercitivas são Domiciano Fernandes da Silva e Fernando Leitão de Moraes Júnior.

    Moraes Júnior é irmão de Hermano Moraes, que foi candidato pelo PMDB à Prefeitura de Natal em 2012 e não venceu as eleições. Ele foi também sócio da Bonacci Engenharia, empresa que se envolveu em escândalo sobre emendas parlamentares de Alves em 2013. O caso foi revelado pela Folha.

    Hermann Bento Ledebour, ex-secretário particular de Alves e do também ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é diretor administrativo e financeiro da TV Cabugi, de Alves. Contra ele, foi expedido apenas mandado de busca e apreensão.

    O nome da operação é referência ao provérbio latino "Manus Manum Fricat, Et Manus Manus Lavat", cujo significado é "uma mão esfrega a outra; uma mão lava a outra".

    O Ministério do Turismo informou que vai exonerar Norton Masera. Em nota, sustentou que colabora com a PF para que "os fatos sejam apurados com correção".

    "A busca e apreensão se restringiu à sala em que Norton trabalhava e a pasta ministerial não é alvo da investigação", acrescentou.

    A Folha não localizou representantes dos alvos da operação. O advogado de Alves, Marcelo Leal, não comentou a ação, justificando que ainda não tem informações suficientes sobre o caso.

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