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    Lava Jato

    Delator diz que não reclamou de propina porque estava na Caixa por currículo

    FÁBIO FABRINI
    DE BRASÍLIA

    26/10/2017 16h25

    Luis Ushirobira - 5.jun.2013/Valor/Folhapress
    Data: 05/06/2013 Editoria: Empresas Reporter: Olivia Alonso Local: auditorio da Caixa, Sao Paulo, SP Pauta: Brado Logistica se associa ao FI-FGTS para receber aporte de R$400 milhoes. Setor: transporte, logistica Personagem: Fabio Ferreira Cleto, vice-presidente de Fundos de Governos e Loterias da Caixa Tags: homem, executivo, entrevista Fotos: Luis Ushirobira/Valor ***FOTO DE USO EXCLUSIVO FOLHAPRESS***
    O ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto

    O ex-vice presidente de Fundos e Loterias da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto, delator da Lava Jato, disse em depoimento nesta quinta-feira (26) que não reclamava de sua parcela nas propinas obtidas no banco público porque estava no cargo para turbinar o currículo.

    Cleto está sendo interrogado na 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, na ação em que é réu por participação no esquema de corrupção na Caixa.

    Além dele, são acusados na ação os ex-presidentes da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), além do corretor Lúcio Funaro. Os dois últimos participam da sessão.

    Questionado pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira se achava justo ficar com 4% dos subornos pagos por grandes empresas ao grupo de Cunha e Alves, Cleto respondeu: "Nunca fiz esse questionamento, porque meu objetivo era passar quatro anos na Caixa, valorizar meu currículo, sair de lá e voltar para o mercado privado, onde eu sempre tinha ganhado bastante dinheiro em grandes instituições".

    Cleto disse que tinha consciência de que o "lugar para ganhar dinheiro com consciência limpa" era o mercado privado. "Então, apesar de receber 4% da propina arrecadada, nunca questionei querendo ganhar mais do que isso", comentou.

    Cleto –que foi vice na Caixa de abril de 2011 a dezembro de 2015, por indicação de Cunha– reiterou informações de sua delação premiada, na qual admitiu que o ex-deputado fluminense, atualmente preso pela Lava Jato, e seu grupo recebiam vantagens de grandes empresas em troca de liberar investimentos da Caixa.

    Ele explicou que Cunha ficava com 80% dos valores ilícitos, Funaro com 12% e Alexandre Margotto, parceiro de negócios do corretor, com 4%.

    Cleto reafirmou que informava Cunha e Funaro sobre as empresas que procuravam a Caixa em busca de aportes de recursos. Após os dois negociarem pagamentos com as interessadas, o então vice-presidente era orientado a dar andamento aos processos. No caso das que não pagavam, os projetos travavam.

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