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    Alckmin perdeu palavras após morte do filho, diz primeira-dama em livro

    JOELMIR TAVARES
    DE SÃO PAULO

    28/10/2017 02h00

    Com "uma dor que nunca havia sentido antes", Lu Alckmin deixou Campos do Jordão (SP) rumo à capital no dia 2 de abril de 2015 com a certeza de que o filho caçula, Thomaz, não estava mais vivo.

    A mulher de Geraldo Alckmin (PSDB) tinha recebido do governador de São Paulo uma mensagem cifrada pelo telefone. "Ele não me contou nada. Somente pediu: 'Lu, volte para São Paulo'", lembra a primeira-dama em "Amor Que Transforma" (ed. Academia), livro que ela está lançando.

    Católica, Lu diz ter entendido naquela hora, enquanto esperava a família na cidade do interior, que a "coisa ruim" que vinha sentindo era a morte do filho —aos 31 anos, na queda de um helicóptero atribuída pelas investigações a problemas em componentes.

    Alckmin, relata ela na obra de 176 páginas, perdeu as palavras ao avisá-la do acidente. "Ele não conseguia me dizer mais nada. Só pedia para eu voltar. Para eu ir direto para casa. Lá ele me falaria tudo."

    As menções à reação do governador são econômicas. Mas Lu afirma que os dois se apoiaram muito no luto. O tucano disse à Folha em 2015 que passou a fazer mais orações depois da perda —rezava o pai-nosso até 20 vezes ao dia.

    No capítulo "Geraldo, meu grande amor, e a família que construímos", a autora diz que o marido até hoje segue os conselhos do pai para a carreira política: ter "coragem" e "vida pessoal modesta".

    O site recém-lançado pelo PSDB para promover a pré-candidatura do tucano a presidente da República combate a versão de que ele seria o "Santo" na lista da Odebrecht, apresentada por delatores.

    Amor Que Transforma
    Lu Alckmin
    l
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    Num trecho de bom humor do livro, o depoimento de Sophia Alckmin, a filha mais velha do casal, deixa transparecer o apego do pai a tradições. A blogueira recorda o empurrão de Thomaz para ela morar sob o mesmo teto do noivo antes de se casarem, em 2007.

    Alckmin "não estava muito confortável" com a ideia, escreve Sophia. Um dia, Thomaz colocou as coisas dela em caixas e mandou a irmã para a casa do hoje marido. "Na verdade, ele [Thomaz] queria o meu quarto. Já tinha 20 anos e não aguentava mais dividir com o Geraldo [Neto], nosso irmão."

    *

    "Amor Que Transforma"
    AUTORA Lu Alckmin
    EDITORA Academia (176 págs.)
    QUANTO R$ 34,90

    Edição impressa

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