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    Presidente precisa ter credibilidade, diz Lula em Diamantina (MG)

    CAROLINA LINHARES
    ENVIADA ESPECIAL A DIAMANTINA (MG)

    28/10/2017 22h28 - Atualizado às 08h25

    Eduardo Anizelli/Folhapress
    Em Diamantina (MG), Lula diz que é preciso ter credibilidade para governar, senão fica 'desgraçado
    Em Diamantina (MG), Lula diz que é preciso ter credibilidade para governar, senão fica 'desgraçado'

    Em discurso na cidade de Diamantina (MG), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que um presidente precisa ter credibilidade.

    "Se você não tiver credibilidade para o povo que você governa, junto aos empresários, junto ao sindicato, junto aos outros presidentes, você está desgraçado", disse.

    Ao defender o seu legado, o petista afirmou ter conquistado credibilidade.

    Lula disse ainda que foi convidado para todos os encontros do G8, reunião dos líderes dos países mais ricos do mundo. "Como eu fui o único presidente que teve que comer marmita azeda, passaram a me respeitar, a me ouvir, eu fui levado em conta."

    Sobre a condenação na Lava Jato, que pode impedi-lo de ser candidato em 2018, Lula afirmou que há milhões e milhões que pensam como ele.

    "Eles não têm que proibir o Lula de ser candidato, eles têm que proibir é o povo brasileiro de votar", disse.

    O petista voltou a prometer um referendo revogatório das medidas do presidente Michel Temer (PMDB) e afirmou que irá democratizar os meios de comunicação.

    Em seu seu sexto dia de viagem por Minas Gerais, Lula afirmou que ia economizar palavras "porque ainda temos uma caminhada até segunda-feira à noite, em Belo Horizonte".

    Chegou a reclamar com a organização, durante o discurso, porque queria água. Do público, alguém lhe oferece uma garrafa de cachaça, e Lula brincou: "imagina se Moro me vê tomar cachaça aqui", referindo-se ao juiz Sergio Moro, da Lava Jato.

    "Imagina se o Ministério Público, a revista "Veja", a Rede Globo me veem tomando cachaça. Se eu beber sua cachaça, vão dizer que eu estou aliciando um jovem para me dar cachaça. Prefiro te dar minha água do que tomar sua cachaça."

    OPORTUNIDADE

    Acompanhando Lula em sua passagem pelo Estado, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou que a próxima eleição é uma "oportunidade é única", já que os adversários estão "baleados".

    "Nós temos o Lula. Eles estão um pouco órfãos de candidatos, até porque o que eles tinham, e que concorreram por quatro vezes comigo e com o presidente Lula, estão de uma forma ou de outra muito baleados."

    O governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), repetiu um discurso feito no mês passado, durante solenidade do Estado em Diamantina, no qual comparou Lula com Juscelino Kubitschek, nascido na cidade.

    Na ocasião, sem a presença de Lula, o governador não chegou a mencionar o ex-presidente, mas deixou a referência implícita ao dizer que JK foi acusado, ao deixar a Presidência, de ter recebido um apartamento de um empreiteiro e que era tudo mentira.

    Lula foi condenado, em julho passado, a nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex em Guarujá (SP) —apartamento que, segundo a acusação, representa propina de R$ 3,7 milhões paga pela OAS ao ex-presidente. A defesa recorre da condenação.

    Neste sábado, Pimentel discursou ao lado de Lula e chegou a cometer o ato falho de trocar o nome de JK pelo do petista. "A mesma história se repete com Lula, é perseguido porque governou para os pobres", concluiu.

    Em Diamantina, onde há um dos campi da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, criada durante o governo Lula, o tema da educação foi central.

    Ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), defendeu a educação como a maior conquista dos governos petistas.

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