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    Após citar escravidão, ministra desiste de pedido de salário de R$ 61,4 mil

    DE BRASÍLIA

    02/11/2017 15h38

    Alan Marques/Folhapress
    A ministra de Direitos Humanos, Luislinda Valois
    A ministra de Direitos Humanos, Luislinda Valois

    A ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, desistiu nesta quinta-feira (2) de pedido para acumular o salário integral do cargo que ocupa atualmente com a aposentadoria de desembargadora.

    A pasta informou que já foi formulado um requerimento pedindo a desistência da solicitação apresentada no início de outubro pela ministra à Casa Civil.

    A aposentadoria bruta da ministra é de R$ R$ 30.471,10 e o seu salário mensal é de R$ 30.934,70.

    Com a regra de abate do teto salarial, no entanto, ela recebe R$ 33.700, o que equivale ao salário bruto dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

    Caso o pedido fosse deferido, a ministra passaria a receber R$ 61,4 mil.

    'TRABALHO ESCRAVO'

    Na solicitação, cuja conteúdo foi publicado pelo jornal "O Estado de S. Paulo" e confirmado pela Folha, ela afirma que o trabalho executado sem a correspondente contrapartida "se assemelha a trabalho escravo".

    Filiada ao PSDB, a ministra é a única negra no primeiro escalão do governo federal e foi autora da primeira sentença de condenação por racismo, em 1993.

    O pedido da ministra e a referência ao trabalho escravo foram criticados por assessores e auxiliares presidenciais, para os quais a tucana deu um mau exemplo.

    O presidente Michel Temer não pretende, pelo menos por enquanto, afastá-la do cargo por conta da polêmica.

    O diagnóstico, no entanto, é de que o episódio desgasta a imagem dela e pode fortalecer a reivindicação de partidos do chamado centrão pelos cargos tucanos na Esplanada dos Ministérios.

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