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    Após polêmica com ministra, Maia defende votação sobre teto salarial

    GIULIANA MIRANDA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM LISBOA

    03/11/2017 18h49

    Sérgio Lima/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 26-10-2017, 14h30: Retrato: Presidente da Câmara do Deputados, deputado Rodrigo Maia, durante entrevista exclusiva à Folha. (Foto: Sérgio Lima/Folhapress, PODER) ***EXCLUSIVA***ESPECIAL*** DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM
    O presidente da Câmara do Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), durante entrevista à Folha

    Em viagem a Portugal, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reforçou a necessidade de os deputados votarem com rapidez o projeto de lei do teto salarial.

    A declaração foi feita em resposta à polêmica com a ministra Luislinda Valois (Direitos Humanos), que havia pedido ao governo autorização para acumular o salário da pasta com os vencimentos de desembargadora aposentada, totalizando R$ 61,4 mil –e ultrapassando assim o teto constitucional de R$ 33,7 mil.

    "Eles vão votar o projeto durante o mês de novembro, se Deus quiser. Vai ficar claro o que está dentro da lei e o que não está. Acho que a lei é importante", disse.

    Em Lisboa para participar do 4º Seminário Internacional de Direito do Trabalho, que tem como um dos organizadores o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes, Maia também comentou uma possível candidatura do ministro Henrique Meirelles (Fazenda) à Presidência.

    "O ministro Meirelles é um grande quadro. Sendo vencedor das eleições, tenho certeza que em quatro anos ele vai entregar o Brasil melhor do que recebeu. Se for o candidato vencedor, ele será um bom presidente. Não tenho dúvida alguma", afirmou.

    O deputado ressaltou, porém, que o cenário eleitoral para o Planalto em 2018 ainda é bastante incerto.

    "O ministro tem de decidir junto com o partido dele e ver que tipo de aliança ele vai poder construir. Porque eleição presidencial no Brasil é complexo. Primeiro a gente tem de saber se ele vai ser [candidato] e em qual momento ele vai decidir isso", ponderou Maia, lembrando que o próprio Meirelles ainda não deixou claro se concorrerá ou não.

    O presidente da Câmara aproveitou ainda para falar de seus próprios planos para 2018.

    "Sou candidato a deputado federal. Acho que eu ajudo bastante na Câmara e posso continuar ajudando", disse, negando que tenha a intenção de concorrer ao governo do Estado do Rio.

    Portugal é a última parada da viagem internacional da delegação parlamentar comandada por Maia, que passou também por Israel e pela Itália.

    O grupo, composto por Baleia Rossi (PMDB-SP), Marcos Montes (PSD-MG), José Rocha (PR-BA), Alexandre Baldy (PODE-GO), Benito Gama (PTB-BA), Cleber Verde (PRB-MA), Heráclito Fortes (PSB-PI), Orlando Silva (PCdoB-SP) e Rubens Bueno (PPS-PR), tem agenda livre neste sábado na capital portuguesa.

    AUXÍLIO-MORADIA

    Também no seminário em Portugal, o ministro do STF Gilmar Mendes aproveitou para comentar a questão do auxílio-moradia do Judiciário.

    Nesta semana, uma liminar do ministro Marco Aurélio Mello garantiu o pagamento de auxílio-moradia a 218 juízes e desembargadores do Rio Grande do Norte, retroativo aos últimos seis anos.

    Embora não tenha falado especificamente da decisão de Mello, Gilmar Mendes enfatizou a necessidade de o Supremo decidir de maneira mais clara sobre o tema.

    "O auxílio-moradia é pensado para um juiz em lugar distante, que não tenha residência e tudo mais. Na medida em que ele tem casa e recebe esse auxílio, isso vira vencimento e não tem nada a ver com o auxílio-moradia", diz.

    Segundo o ministro, seria bom que o assunto fosse debatido no plenário da corte em breve.

    "Isso é pacífico, porque a jurisprudência do Supremo não permite concessão de benefício por liminar e nem por equiparação. E aqui se está se dizendo: 'ah, os promotores já ganham, então os juízes devem ganhar'. Este é o erro: nunca se trouxe essa matéria ao plenário", concluiu.

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