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    Temer chama líderes para construir pauta comum e reconquistar base

    BRUNO BOGHOSSIAN
    ANGELA BOLDRINI
    DE BRASÍLIA

    03/11/2017 18h54

    Danilo Verpa/Folhapress
    SAO PAULO - SP - 30.10.2017 O presidente Michel Temer deixa o hospital Sirio Libanes em Sao Paulo.. (Foto: Danilo Verpa/Folhapress, PODER ) ORG XMIT: MICHEL TEMER
    O presidente Michel Temer deixa o hospital Sírio-Libanês, em São Paulo

    O presidente Michel Temer vai convidar os líderes da base aliada na Câmara para discutir uma pauta comum de projetos que podem ser votados nos próximos meses. A ideia é ampliar o protagonismo dos deputados na construção dessa agenda para tentar reconquistar o apoio dos partidos a seu governo.

    Temer deve receber os líderes partidários para uma reunião no início da noite de segunda-feira (6). Antes disso, o peemedebista quer conversar com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que é o responsável pela definição da pauta de votações da Casa.

    Em um gesto de reaproximação com Maia e com os deputados, o Palácio do Planalto vai apoiar projetos de iniciativa de parlamentares para as áreas da saúde e da segurança pública. Uma das propostas é o texto que reorganiza o setor dos planos de saúde.

    Com esse movimento, o governo espera recuperar o apoio das siglas que compõem sua base de sustentação. O Planalto observou a dispersão das bancadas desses partidos na Câmara na votação da segunda denúncia contra Temer, no fim de outubro, quando apenas 251 dos 513 deputados se posicionaram a favor do presidente —na primeira votação, em agosto, foram 263 votos a seu favor.

    Temer busca também distensionar sua relação com Rodrigo Maia. O presidente da Câmara entrou em choque com o Planalto em diversas ocasiões nos últimos meses e criticou, por exemplo, o excesso de medidas provisórias editadas pelo governo, sem negociação com o Congresso.

    Ao construir uma pauta consensual, Temer quer abrir caminho para aprovar também as medidas de ajuste fiscal que são consideradas impopulares, mas essenciais para seu governo. As principais são a reforma da Previdência e o pacote de medidas provisórias adia o reajuste de servidores e aumenta a contribuição previdenciária do funcionalismo.

    As mudanças na Previdência ainda enfrentam resistência na base aliada, principalmente devido à proximidade com as eleições que renovarão os mandatos dos deputados. Além disso, os partidos se recusam a discutir o assunto enquanto Temer não fizer uma redistribuição de cargos no primeiro escalão do governo.

    AMBIENTE

    Para o ministro Antonio Imbassahy, articulador político do Planalto, o governo já observa um ambiente mais favorável do que há duas semanas, quando empenhava seus esforços para derrotar a denúncia contra o presidente.

    Ele afirma que a prioridade de Temer será discutir a agenda do país com deputados e senadores. "Desde que tomou posse, o presidente disse que governaria com o Congresso, e não foi diferente. Ele sempre compartilhou as vitórias com os deputados e senadores. Ele vai continuar nesse caminho."

    Nesta sexta (3), o presidente se reuniu com quatro ministros: Imbassahy, Grace Mendonça (Advocacia-Geral da União), Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e Dyogo Oliveira (Planejamento).

    Ele também recebeu parlamentares, como um dos vice-líderes do governo na Câmara, Darcísio Perondi (PMDB-RS). Segundo o deputado, Temer está com "enorme disposição" mesmo após a cirurgia de raspagem da próstata, realizada na semana passada em São Paulo.

    Segundo ele, o governo está com uma "pauta nova" e quer se "reinventar" após o fim das discussões sobre a segunda denúncia na Câmara. Ele afirmou ainda que os pedidos da base por uma reforma ministerial não devem afetar as discussões.

    "A maior riqueza do presidente Michel Temer é sua capacidade de diálogo, ele vai conversar com todos os líderes", afirmou Perondi.

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